ATA DA OCTOGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM
11-10-1999.
Aos onze dias do mês de outubro do ano de mil
novecentos e noventa e nove reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha, a Câmara Municipal
de Porto Alegre. Às quatorze horas foi efetuada a chamada, sendo respondida
pelos Vereadores Clênia Maranhão, Cyro Martini, Elói Guimarães, João Carlos
Nedel, João Dib, José Valdir, Juarez Pinheiro, Maristela Maffei, Paulo Brum,
Renato Guimarães e Saraí Soares. Ainda, durante a Sessão, compareceram os
Vereadores Adeli Sell, Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Carlos Alberto
Garcia, Cláudio Sebenelo, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Fernando Záchia,
Gilberto Batista, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Bosco Vaz, João
Motta, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal, Reginaldo
Pujol, Sônia Santos e Tereza Franco. Constatada a existência de
"quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e
determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Octogésima Sessão
Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Fernando
Záchia, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 16/99 (Processo nº
3159/99); pelo Vereador João Carlos Nedel, 03 Pedidos de Providências; pelo
Vereador Nereu D’Ávila, o Projeto de Resolução nº 57/99 (Processo nº 3160/99).
Do EXPEDIENTE, constou o Ofício nº 1988/99, do Senhor Gilberto Chiapinotto,
Superintendente de Negócios da Caixa Econômica Federal - CEF. A seguir,
constatada a existência de “quorum”, foram aprovados os seguintes Requerimentos:
de autoria do Vereador Guilherme Barbosa, solicitando Licença para Tratar de
Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado
empossada na vereança a Suplente Lenora Ulrich, informando que Sua Excelência
integrará a Comissão de Constituição e Justiça; de autoria do Vereador Pedro
Américo Leal, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no
dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o
Suplente Carlos Frederico Matzenbacher, informando que Sua Excelência integrará
a Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Na ocasião, foi apregoada declaração
firmada pelo Vereador João Dib, Líder da Bancada do PPB, informando o
impedimento dos Suplentes Alberto Moesch e Alceu Lima em assumirem a vereança
no dia de hoje, em substituição ao Vereador Pedro Américo Leal. Em continuidade,
o Senhor Presidente informou estar ausente o representante da Associação
Independente das Towners de Comércio Ambulante do Centro de Porto Alegre,
entidade que hoje ocuparia a Tribuna Popular. Também, registrou a presença do
Senhor Raul Pont, Prefeito Municipal de Porto Alegre, e prestou informações
sobre os trabalhos da presente Sessão. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Clênia
Maranhão reportou-se às atividades realizadas na Cidade, comemorativas aos
cento e trinta anos de existência do Mercado Público de Porto Alegre,
destacando a importância desse Mercado para a história da Capital e discorrendo
sobre a infra-estrutura atualmente oferecida aos seus usuários. O Vereador
Gilberto Batista teceu considerações acerca das dificuldades de acesso aos
serviços públicos de saúde enfrentadas pela comunidade do Bairro Vila Ipiranga,
declarando haver deficiências materiais e insuficiência no número de médicos
lotados no posto de saúde responsável pelo atendimento à população desse
Bairro. Na ocasião, o Vereador Cláudio Sebenelo registrou os falecimentos dos
Senhores João Saad, Diretor da Rede Bandeirantes de Televisão, e do escritor João
Cabral de Melo Neto, e a Vereadora Maristela Maffei registrou o falecimento do
Senhor Fernando Augusto da Cruz, pai do Suplente Jorge Cruz. Em COMUNICAÇÕES, o
Vereador Carlos Frederico Matzenbacher comentou Projeto de Lei de sua autoria,
que prevê a implantação de equipamentos comerciais e sanitários nos principais
pontos turísticos da Cidade, destacando a importância dessa iniciativa no
sentido de garantir mais conforto e segurança às pessoas que visitam a Cidade.
O Vereador Cyro Martini discorreu sobre os índices de violência urbana
observados em Porto Alegre, defendendo a adoção de medidas destinadas a
melhorar os serviços de segurança pública, notadamente a revitalização do
Centro da Cidade e o aumento do efetivo policial responsáveis pelo patrulhamento
ostensivo no Município. O Vereador José Valdir teceu críticas ao volume de
investimentos realizados pelo Governo Federal em ações sociais, especialmente
no que se refere à manutenção da educação pública. Também, comentou dados
relativos a estudo intitulado "Retrato da Escola", registrando ter
sido esse documento entregue ao Senhor Presidente da República. A seguir, o
Senhor Presidente informou estarem ausentes os representantes da Associação dos
Municípios da Grande Porto Alegre - GRANPAL, da Federação das Associações dos
Municípios do Rio Grande do Sul - FAMURS e da Associação Gaúcha dos Municípios
- AGM, entidades que compareceriam à Casa no dia de hoje, a fim de debaterem
iniciativa do Governo Federal que visa promover uma reforma tributária no País.
Em continuidade, o Senhor Presidente convidou a integrar a Mesa o Senhor Raul
Pont, Prefeito Municipal de Porto Alegre, concedendo a palavra à Sua
Excelência, que teceu considerações a respeito de Projeto de Lei atualmente em
tramitação no Congresso Nacional, que estabelece uma reforma tributária no
País, analisando os efeitos que tal reforma acarretará à arrecadação fiscal dos
municípios brasileiros. Após, os Vereadores João Dib, Luiz Braz, João Motta,
Lauro Hagemann, Carlos Alberto Garcia e Clênia Maranhão manifestaram-se sobre o
assunto em debate. Às quinze horas e trinta minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados as quinze horas e trinta e dois
minutos, constatada a existência de “quorum”. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador
Juarez Pinheiro analisou o Projeto de Lei atualmente em tramitação no Congresso
Nacional, que prevê a implantação de uma reforma tributária no Brasil,
afirmando que tal iniciativa, nos termos em que foi concebida, afetará de forma
negativa a economia do País e trará prejuízos aos municípios brasileiros. A
Vereadora Lenora Ulrich discorreu sobre o Projeto de Lei do Legislativo nº
05/99, que dispõe sobre o Direito Real de Uso sobre imóveis do Município,
defendendo a impossibilidade de alienação definitiva desses próprios à
iniciativa privada. Também, pronunciou-se acerca das políticas habitacionais desenvolvidas
pelo Executivo Municipal. O Vereador Luiz Braz questionou os gastos realizados
pela Prefeitura Municipal em publicidade, mencionando Pedido de Informações a
respeito formulado por Sua Excelência e procedendo à leitura de sentença
prolatada pelo Senhor Gustavo Alberto Gastal Diefenthaler, Juiz da Sétima Vara
da Fazenda Pública – 1º Juizado, relativa ao assunto. Em PAUTA ESPECIAL,
Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Executivo
nºs 31, 32, 33 e 30/99, este discutido pelos Vereadores João Dib, Cyro Martini,
Juarez Pinheiro, Renato Guimarães, Elói Guimarães e José Valdir, e 34/99,
discutido pelo Vereador Renato Guimarães. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Luiz Braz manifestou-se sobre a peça orçamentária enviada pelo Executivo
Municipal a este Legislativo, contraditando dados ali constantes que demonstram
ser a previsão de despesas superior à de receitas e ressaltando a necessidade de
que a matéria sofra um exame criterioso por parte da Casa. O Vereador Lauro
Hagemann leu Ofício enviado pela Direção do Sindicato dos Trabalhadores em
Empresas de Radiodifusão e Televisão do Rio Grande do Sul, onde constam
denúncias contra a direção da Fundação Piratini - TVE/FM Cultura quanto à
ameaça de demissão de funcionários e de desrespeito a acordo coletivo de
trabalho firmado entre essa Empresa e seus empregados. Em PAUTA, Discussão
Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 160
e 166/99, este discutido pelos Vereadores João Dib e Carlos Alberto Garcia, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 167/99, discutido pelos Vereadores João Dib e
Elói Guimarães, o Projeto de Lei do Legislativo nº 171/99, discutido pelo Vereador
Cyro Martini; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 169/99, o Projeto
de Lei do Executivo nº 29/99; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo
nºs 132/98, 60, 157, 161, 163, 164, 168, 170, 147 e 148/99, os dois últimos discutidos
pelo Vereador João Dib, o Projeto de Lei do Legislativo nº 165/99, discutido
pelo Vereador Cyro Martini, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nºs
15 e 14/99, este discutido pelo Vereador Renato Guimarães, o Projeto de Emenda
à Lei Orgânica nº 05/99, o Projeto de Resolução nº 52/99; em 4ª Sessão, o
Projeto de Resolução nº 50/99. Na ocasião, foi apregoada Emenda de autoria do
Vereador Paulo Brum ao Projeto de Lei do Executivo nº 30/99 (Processo nº
3135/99). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Antonio Hohlfeldt discorreu sobre
os requisitos legais para o preenchimento do cargo de Diretor do Departamento
Municipal de Água e Esgotos – DMAE e manifestou-se sobre acordo firmado entre
os Governos do Estado e do Município, que estabeleceu uma anistia sobre débitos
do Estado com esse órgão. O Vereador João Dib comentou o Projeto de Lei do
Executivo nº 30/99, que estabelece as diretrizes orçamentárias do Município
para o ano dois mil, contraditando dados constantes nesse Projeto e salientando
a inexistência de disposições que venham a promover o aumento nos valores do
Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU. O Vereador Reginaldo Pujol
reportou-se à rejeição de Veto aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº
112/97, que autoriza o Executivo Municipal a expedir licenças para a exploração
do serviço de lotação no Bairro Restinga. Ainda, externou sua contrariedade às
políticas de desenvolvimento industrial e habitacional da Prefeitura de Porto
Alegre. A Vereadora Maristela Maffei, ao referir-se às disposições legais que
determinam a publicização dos dados atinentes à execução das diretrizes orçamentárias
do Município, destacou a participação popular na elaboração dessas diretrizes e
declarou que todos podem acessar essas informações pela imprensa oficial e pela
página da Prefeitura Municipal na Internet. O Vereador Carlos Alberto Garcia
registrou o transcurso, a ocorrer no dia doze de outubro do corrente, do Dia da
Criança, propugnando pela observância plena ao Estatuto da Criança e do
Adolescente e defendendo a implementação de políticas públicas que garantam a
concessão dos direitos básicos de cidadania e de qualidade de vida a todas as
crianças brasileira. A seguir, constatada a existência de "quorum",
foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal do Vereador Cláudio
Sebenelo, adendado pelo Vereador Antônio Losada, solicitando alteração da ordem
de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação,
foram aprovados o Projeto de Lei do Legislativo nº 35/99 e a Emenda nº 01 a ele
aposta. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Lei do
Legislativo nºs 95 e 103/99. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto
de Lei do Legislativo nº 109/99, após ser encaminhado à votação pelo Vereador
Reginaldo Pujol. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 112/99, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Antonio
Hohlfeldt, João Dib e Reginaldo Pujol. Na oportunidade, por solicitação do
Vereador Reginaldo Pujol, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem
póstuma ao Senhor Alberto Galia, falecido no dia de hoje. Após, foi aprovada a
prorrogação dos trabalhos, nos termos regimentais. Em Discussão Geral e
Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 114/99, após ser encaminhado
à votação pelo Vereador Cláudio Sebenelo. Em Discussão Geral e Votação, foi
aprovado o Projeto de Resolução nº 23/99, com ressalva da Emenda nº 01 a ele
aposta, após ser encaminhado à votação pelo Vereador Cyro Martini. A seguir,
foi aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Resolução nº 23/99, tendo o
Senhor Presidente, face Questão de Ordem do Vereador Reginaldo Pujol, prestado
esclarecimentos a respeito do teor dessa Emenda. Em Discussão Geral e Votação,
foi aprovado o Projeto de Resolução nº 33/99. Em Discussão Geral e Votação,
esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 177/98, o qual teve sua discussão
adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, do Vereador João Dib. Em
Discussão Geral, 2ª Sessão, esteve o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 02/99.
Em Discussão Geral, 2ª Sessão, esteve o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº
03/99, discutido pelo Vereador Juarez Pinheiro. Às dezoito horas e quarenta e
seis minutos, constatada a inexistência de "quorum", o Senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pelos Vereadores Nereu D'Ávila, Juarez Pinheiro e
Paulo Brum e secretariados pelos Vereadores Adeli Sell, Eliseu Sabino e Paulo
Brum, este como Secretário "ad hoc". Do que eu, Adeli Sell, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): Nós queremos registrar, com
prazer, a presença do Prefeito Municipal de Porto Alegre, o Sr. Raul Pont.
O Ver. Guilherme Barbosa solicita Licença para Tratar de Interesses
Particulares no dia onze de outubro de 1999.
(Obs.: Foi aprovado Requerimento de licença do Ver. Guilherme Barbosa e
dada a posse à Suplente, conforme consta na Ata.)
O Ver. Pedro Américo Leal solicita Licença para Tratar de Interesses
Particulares no dia 11-10-99. Em votação. Os Srs. Vereadores que aprovam o
pedido de licença permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Há um ofício do Líder da Bancada do PPB Ver. João Dib, informando que
os Suplentes Alberto Moesch e Alceu Lima se encontram impedidos de exercer a
Vereança nesta data; outrossim, solicita que seja convocado o Sr. Carlos
Frederico Matzenbacher para exercer a Vereança em substituição ao Ver. Pedro
Américo Leal.
A Mesa declara empossado o Suplente Ver. Carlos Frederico Matzenbacher,
em substituição ao Ver. Pedro Américo Leal, nos termos regimentais. O Ver.
Carlos Frederico Matzenbacher integrará a Comissão de Saúde e Meio Ambiente.
Constatamos que o representante da Associação Independente das Towners de Comércio Ambulante do Centro
de Porto Alegre não está presente.
Srs. Vereadores, estão presentes neste Plenário o Sr. Prefeito Municipal Raul Pont e o Sr. Secretário da Fazenda. Estamos aguardando o Senhores representantes da Associação dos Municípios da Grande Porto Alegre - GRANPAL, da Associação Gaúcha de Municípios - AGM, e da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul - FAMURS, para que possamos iniciar o debate previsto para a tarde de hoje.
Houve um entendimento preliminar no sentido de que os demais convidados
estão para chegar e o Sr. Prefeito, enquanto isso, se predispõe a aguardar um
pouco no nosso Gabinete.
Os Srs. Vereadores poderiam manifestar-se no período de Comunicações e,
depois, se confirmada a presença dos demais, interromperíamos as Comunicações
para esse debate a que nos propusemos nesta tarde.
Passamos ao período de
A Vera. Clênia Maranhão está com a palavra.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, inicialmente quero usar esta tribuna para me referir. a um evento,
que, realmente, acabou encantando toda a Cidade, que foram as atividades, as
discussões em torno do aniversário de 130 anos do Mercado Público.
Nós sabemos que, em 1864, a Câmara encomendou um projeto arquitetônico,
que durou cinco anos, onde criava o Mercado Público Central. Há, portanto, um link, um vínculo da história do Mercado
com esta Casa. O Mercado, que sobreviveu aos incêndios, às enchentes de 1941 e
de 1979, se tornou patrimônio histórico e cultural de Porto Alegre.
Nesta semana, esse verdadeiro monumento cultural de Porto Alegre
completa 130 anos; 130 anos de serviços prestados à Cidade pela sua beleza,
pelo seu significado cultural e histórico e pelos serviços que são oferecidos
através de seus diferenciados produtos à população de Porto Alegre.
Portanto, eu acho que Porto Alegre deve, de uma forma uníssona, dar os
parabéns ao Mercado Público e parabenizar, também, os seus permissionários.
Nessa lembrança dos 130 anos do Mercado Público, nós temos que também
lembrar das suas dificuldades neste momento. Nem tudo são flores. As
construções e suas reformas, que duraram quase cinco anos, causaram importantes
prejuízos à população que é cliente do Mercado e aos permissionários que lá
trabalham e, como conseqüência, houve o fechamento de várias bancas e a
dispensa de muitos funcionários.
Passados quase três anos de sua reinauguração, o Mercado ainda continua
com vários espaços vazios. Antes, víamos as pessoas se acotovelando para
comprar no Mercado, como acontece em toda a cidade grande. Agora, é só
observarmos a clientela, ela foi visivelmente reduzida. Todos nós devemos
acompanhar e estar preocupados nesta semana de festa, parabenizando o Mercado,
falando de sua beleza, mas exigindo medidas que venham a minimizar a
problemática e as dificuldades dos que lá trabalham.
Hoje, sabemos, se iniciam as obras na Praça Parobé. E como ainda não
discutimos e aprovamos nesta Casa um projeto de lei que trabalha o impacto
sócio-econômico das obras públicas em relação à população do entorno, temos que
nos preocupar duplamente com o Mercado, porque não queremos que o comércio e os
usuários do Mercado Público, que já foram prejudicados com as obras realizadas
entre 92 e 97, venham a padecer com novos transtornos.
Esperamos que a solução para revitalizar o Centro não passe pela
expulsão de novas pessoas, e que elas possam sempre ter acesso ao Mercado
Público, que, nestes 130 anos, se incorporou à Cidade e, hoje, é um patrimônio
histórico e cultural de Porto Alegre. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Juarez
Pinheiro): O
Ver. Gilberto Batista está com a palavra em Comunicações.
O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, utilizo o período de Comunicações para abordar dois assuntos que
preocupam a Cidade. O primeiro assunto é sobre a Saúde em Porto Alegre. Estive
visitando duas comunidades específicas, neste final de semana, a pedido das
próprias comunidades.
A primeira visita foi à Vila Ipiranga, onde visitamos o Posto de Saúde,
juntamente com várias lideranças da comunidade que lá estavam para tratar deste
assunto: o atendimento, a falta de médicos, a falta de medicação, e até a falta
de humor de alguns funcionários para tratar as pessoas da comunidade.
Alegaram-me que há seis meses foi solicitado, junto à Secretaria da Saúde,
apenas mais um clínico geral.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobre Ver. Gilberto Batista, estou espantado com a
informação que V. Exa. traz a esta Casa, porque o número de cartas-contrato da
Administração Prefeitoral é impressionante. Estão contratando médicos, apesar
de haver concursados e vagas para os concursados, e há ingresso através de
cartas-contrato todos os dias.
O SR. GILBERTO BATISTA: É esse o assunto que trago
à tribuna, hoje, justamente para chamar a atenção do Sr. Secretário Municipal
da Saúde. Foi isso que este Vereador fez hoje pela manhã: contatei com o
Secretário, que me atendeu ao telefone e disse que estava colocando mais um
clínico-geral no Posto de Saúde da Vila Ipiranga para atender parte daquela
população, que já está muito mal-atendida. Lá existia um clínico-geral, que não
está mais lá; um pediatra e uma ginecologista, que, aliás, está em licença de
saúde há uns quatro meses. A Secretaria Municipal informa que não há
possibilidade, no momento, de fazer a substituição daquela ginecologista, que
já substituía outra, para atender aquela população carente, que precisa muito
do atendimento à mulher.
Essa foi a primeira visita que fiz àquela comunidade. Espantou-me,
também, o prédio em si. Muitas vezes o Ver. Renato Guimarães. esteve a esta
tribuna dizendo que, agora, sim, a Saúde em Porto Alegre estava caminhando
pelos seus objetivos, dizendo que os postos foram reformados, não faltavam
médicos e medicação, que tudo estava a contento dessa população. Eu peço que o
Ver. Renato Guimarães vá até o Posto da Vila Ipiranga e veja as condições em que
se encontra aquele Posto de Saúde. A informação do Sr. Secretário é de que no
primeiro semestre do ano 2000 já haverá recursos para aquele Posto de Saúde.
São respostas objetivas do Secretário, mas que espero, como Vereador,
fiscalizar a respeito do que o Secretário prometeu, pois aquela comunidade está
preocupada, como toda razão, pois há necessidade de haver mais um ginecologista
e um clínico-geral, sem esquecer da reforma daquele Posto, que está realmente
no abandono.
O Sr. Renato Guimarães: V. Exa permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Em primeiro lugar, quero destacar que, de fato, essa
é a nossa verdadeira função, ou seja, estarmos atentos para verificarmos como a
comunidade está sendo atendida. Quero registrar que o Município de Porto
Alegre, nestes onze anos de administração, a rede de Saúde, que tinha quinze
postos, passou a ter noventa e cinco postos. Não está ainda no tamanho ideal,
mas contamos com a sua participação e o seu apoio para ampliar ainda mais essa
rede.
O SR. GILBERTO BATISTA: Muito obrigado, Ver. Renato
Guimarães. Espero, em outra oportunidade, falar da Vila Nazaré que tem um
problema muito grave na Saúde. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, a sociedade
brasileira perdeu ontem dois eminentes homens públicos: o primeiro foi o
proprietário da Rádio e TV Bandeirantes, João Saad, que foi pioneiro e grande
figura das comunicações brasileiras; em segundo lugar, a perda de um dos seus
maiores poetas, trata-se do autor de “Morte e Vida Severina”, João Cabral de Melo Neto, que realmente
ocupa um lugar, não só na poesia brasileira, mas no coração de todos os
brasileiros, pelo grande conteúdo social de tudo o que ele escreveu.
O SR. PRESIDENTE: Está feito o registro em
nome da sua Bancada, em seu nome e em nome de todos os 33 Vereadores desta
Casa.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Aproveitando a ocasião,
gostaria de também registar o falecimento do Sr. Fernando Augusto da Cruz, pai
do nosso Vereador Suplente Jorge Cruz, que assumiria hoje, mas, em virtude
desse acontecimento não virá.
O SR. PRESIDENTE: Está feito o registro.
Com a palavra o Ver. João Carlos Nedel que cede o seu tempo ao Ver.
Carlos Matzenbacher.
O SR. CARLOS FREDERICO
MATZENBACHER: Senhor
Presidente e Senhores Vereadores, com muita honra, eu volto a esta tribuna,
suplente que sou da Bancada do PPB, em substituição ao Ver. Pedro Américo Leal.
Aproveitaria este momento da comunicação para solicitar especial atenção aos
Senhores Vereadores para um Projeto de Lei que estou encaminhando neste curto
prazo que estou ocupando este lugar, nesta Casa. Preocupado com os constantes
assaltos, alguns seguidos de morte em locais turísticos de Porto Alegre, como
esse que aconteceu, recentemente, na Av. Guaíba, nas proximidade do Bar Timbuca
e, há algum tempo atrás, no Belvedere do Morro Santa Teresa, estou encaminhando
um projeto de lei definindo que esses locais públicos, na Cidade de Porto
Alegre, sejam dotados de algumas conveniências como segurança 24 horas,
possivelmente sanitários em condições de serem usufruídos e até (por que não?),
alguma estrutura de alimentação. Nossos cartões postais de Porto Alegre não
podem ser locais do crime. Penso que isso valorizaria, não somente o nosso
turismo, como resgataria um direito da cidadania. Fala-se tanto em Porto Alegre
cidadã e na cidadania, mas sabemos que não podemos apreciar este pôr-do-sol,
que é considerado um dos mais lindos do mundo, porque estamos à mercê dos
assaltos, dos crimes e, muitas vezes, das inconveniências do achacadores, dos
guardadores, dos flanelinhas. Este Projeto de Lei visa a que esse resgate possa
dar tranqüilidade e segurança aos cidadãos de Porto Alegre, e que possamos,
eventualmente, levar convidados e pessoas que visitam Porto Alegre para ver o
pôr-do-sol.
Recentemente, ao me referir a essa idéia em um programa de rádio,
alguém definiu que estaríamos criando um “namoródromo” em Porto Alegre. Penso
que essa palavra não pode ter um sentido pejorativo, mas é preciso que haja em
Porto Alegre um local onde as pessoas possam estabelecer convivência e possam
usufruir das belezas da nossa Cidade. Tenho certeza de que, certamente, irão
olhar com bons olhos para mais este ganho que Porto Alegre tenha, ou seja, um
local de convivência, com segurança, e que o Sr. Prefeito, que hoje nos visita,
com sua sensibilidade também irá receber de bom grado a iniciativa deste
Vereador.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobre Vereador, a idéia de V. Exa. é muito boa, já
que em outras capitais brasileiras, por exemplo, em Salvador, há locais que dão
tranqüilidade para aqueles que desejam namorar, o que é necessário e essencial
na vida de cada pessoa.
O SR. CARLOS FREDERICO
MATZENBACHER: Sr.
Presidente, agradeço pela oportunidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Motta cede seu
tempo ao Ver. Cyro Martini.
O Ver. Cyro Martini está com a palavra, em Comunicações.
O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, os problemas pertinentes levantados, há pouco, pelo Ver. Carlos
Frederico Matzenbacher, de fato correspondem. às angústias que afligem os
porto-alegrenses. Um dos problemas sérios é a segurança. Quando nos indagam
sobre os problemas que preocupam sobremaneira os munícipes, entre eles,
colocamos a segurança, não por escolha pessoal, mas por manifestação
apreensiva, aguda, dos nossos porto-alegrenses. Hoje, não temos tranqüilidade
de estar seguros em nenhum ponto da Cidade. Nos ônibus, os jornais nem mais
registram, as agressões, os assaltos praticados, nem registram mais, porque o
número é muito grande, já perdeu a condição de estar nas páginas dos jornais,
nos vídeos das televisões ou nos sons dos rádios; nas esquinas, nas paradas,
transitando pelos locais escondidos, escuros, iluminados, onde quer que seja,
estamos sempre sujeitos às ameaças praticadas por aqueles que querem nos
assaltar, nos roubar. Isso é lastimável.
É algo que até seria indigno de registro púbico, mas a apreensão do
porto-alegrense reclama que aqui falemos a respeito. E quando nos perguntam
sobre o que pode fazer o Município, afora reclamar que o Estado adote as
providências cabíveis, que o Sr. Secretário da Segurança se preocupe com o
problema da segurança e não com as organizações policiais nem com a sorte ou a
má-sorte mensal dos policiais, sejam eles da Brigada ou da Polícia Civil, que
ele não tenha essas preocupações, que ele se preocupe com a segurança, isso nós
temos de reclamar dele.
Mas o Município, o que ele pode fazer? Hoje há um plano de
revitalização. do Centro, cuja cabeça principal está aqui entre nós, hoje, a
Dra. Lenora Ulrich, que sabe bem a respeito e que tem condições de tecer
comentários muito mais do que eu. Essa providência de revitalização do Centro é
uma providência municipal que não é tão modesta, já é expressiva, no sentido de
garantir melhores condições em relação à sorte do transeunte porto-alegrense no
Centro de Porto alegre.
A medida adotada pela Secretaria Municipal dos Transportes,
determinando que o transporte coletivo de Porto Alegre, embora não no Centro e
nos corredores, mas nos bairros e nas vilas, parem onde o passageiro solicitar
o desembarque ou o embarque, é significativa no que concerne à segurança.
A iluminação pública é outra providência no sentido da segurança
pública.
Vejam que o Município se angustia. E por isso que nós, representantes
dos porto-alegrenses, temos que dizer ao Secretário: Secretário, preocupe-se
com a segurança pública e não com os policiais da Brigada Militar e da Polícia
Civil.
Sr. Presidente, concordaria com a colocação do Ver. Matzenbacher se nós
tivéssemos uma organização policial no Município que tivesse condições de
proceder à atividade própria de polícia. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. José Valdir está com
a palavra em Comunicações.
O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, mais uma vez, os profissionais da Educação, os professores de todo
o Brasil se levantam em defesa da escola pública, num momento extremamente
difícil que a escola pública está enfrentando neste País, por culpa desta
política neoliberal que nós temos implantada hoje no nosso País.
Dia 06 de outubro, a marcha pela Educação reuniu, em Brasília, cerca de
vinte mil pessoas, onde foi entregue ao Exmo. Sr. Presidente da República um
questionário, um dossiê intitulado “Retrato da Escola”, preparado a partir de
3943 questionários respondidos por professores, estudantes, pais, alunos e
funcionários das escolas.
Esse dossiê toca exatamente em um dos pontos mais graves dos problemas
que a educação enfrenta nos dias de hoje.
Nós sabemos que a política neoliberal implantada no País tem alguns
pilares fundamentais, entre eles, uma política recessiva e de submissão ao
centro do capitalismo internacional, através do Fundo Monetário Internacional e
do Banco Mundial, que agora se instalaram aqui dentro do País e determinam ao
Presidente o que ele deve fazer e como deve levar as políticas no Brasil.
Há também no País uma política que se assenta na idéia do Estado
mínimo, de redução e corte de recursos nas áreas sociais, como nós temos visto
e denunciado nesta tribuna em relação a todos os orçamentos, especialmente a
este.
Paralelo à política de redução de investimentos nas áreas sociais:
saúde, educação e assistência, existe a política de privatização e de deturpar
a idéia da municipalização, dizendo que agora os municípios é que são
responsáveis por essas políticas.
Na verdade, a política de municipalização veio para repassar para os
municípios as decisões políticas, mas os recursos deveriam vir da União e não
estão chegando nos Municípios e nos Estados.
Essa política tem gerado, como nós sabemos, todo um aumento da exclusão
social, do desemprego, aumento da população de rua, no Brasil inteiro, coisa
nunca vista, e uma diminuição de renda da classe média. A classe média que
podia pagar escolas particulares, hoje procura colocar os filhos nas escolas
públicas. E este relatório que está sendo entregue mostra exatamente isso. Um
dos itens mostra o aumento estrondoso do número de matrículas nas escolas
públicas nos últimos anos, e é exatamente esse fenômeno que assistimos também
aqui no Rio Grande do Sul. Não há como pagar escola particular, e procura-se a
escola pública. Só que, ao adentrar na escola pública, se encontra uma escola
externamente deteriorada, sem as mínimas condições, muito distante daquela
escola pública que já foi exemplo, no passado, onde temos escolas que são
escolas símbolos, como temos aqui em Porto Alegre, como temos a Escola D. Pedro
II, no Rio de Janeiro, e não uma escola pública que está longe do seu padrão de
qualidade, que vem, sistematicamente, deteriorando sua qualidade de ensino.
Agora, esta deterioração da qualidade de ensino vem numa queda vertiginosa,
exatamente por causa da política neoliberal, uma política de estado mínimo, que
reduz recursos para as áreas sociais e que incentiva a privatização como está
sendo feito com a nossa universidade.
Por isso que essa marcha a Brasília tem o mérito de, mais uma vez, levantar a questão crucial, que é a defesa da escola, onde a única alternativa, se quisermos um país democrático, é fortalecer, cada vez mais, a escola pública, e não essas privatizações ou as maneiras camufladas de privatizar, repassando recursos públicos para a área privada. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nereu
D’Ávila): Sras.
e Srs. Vereadores, nesta tarde teremos o comparecimento, além do Prefeito Raul
Pont e do Sr. Secretário da Fazenda que já estão presentes, a Associação dos
Municípios da Grande Porto Alegre, a
GRANPAL, da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul, a
FAMURS, e da Associação Gaúcha dos Municípios, a AGM, mas, por questões de
agenda, ficamos combinados que os demais vão comparecer nas próximas Sessões a
fim de se pronunciarem a respeito da Reforma Tributária, que é uma proposta da
Comissão de Finanças e Orçamento da Casa, já que esta questão da Reforma
Tributária está mobilizando os Prefeitos, porque, conforme o Sr. Prefeito Raul
Pont vem reiterando, haverá prejuízos grandes para as cidades médias e de
grande porte do País, inclusive a nossa Cidade também será atingida.
Por isso, a Comissão de Finanças e Orçamento, em boa hora, propôs que
os Vereadores, a Casa, o Poder Legislativo, também participassem desta
discussão. Não é uma questão partidária, por óbvio, é que, simplesmente, ainda
não temos uma definição em Brasília a não ser a visão muito acentuada de
prejuízos a nossa Cidade. Então, neste momento, a Câmara preocupa-se com a
matéria e, mais do que preocupar-se, quer, também, saber dos detalhes e, por
isso, foi proposto este debate, nesta tarde.
Dada a ausência dos demais participantes, nós oferecemos a palavra ao
nosso Prefeito Raul Pont, para que dê início a este debate que a Comissão de
Finanças propôs a esta Casa, após retornaremos ao período de Comunicações.
O Sr. Prefeito Municipal Raul Pont está com a palavra.
O SR. RAUL PONT: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, havíamos, quando da entrega do Orçamento para o ano 2000, no
Plenarinho desta Casa, expressado as preocupações em relação ao Processo em
curso, em Brasília, sobre a Reforma Tributária.
Agora, convidados pela Comissão de Finanças e Orçamento da Casa,
voltamos aqui - em princípio teríamos também a presença de outros prefeitos,
das associações de municípios do Estado que não se fizeram presentes -, para
falar da nossa preocupação. Saibam os Vereadores que a reforma proposta, hoje,
pelo relator Mussa Demis, já trazia uma série de problemas gravíssimos aos
municípios brasileiros, em especial, aos médios e aos grandes municípios. Na
semana passada, tivemos, pela primeira vez, uma formatação clara de uma outra
proposta que, regimentalmente, não teria condições de tramitar pela mão do
relator, mas sabemos que, por votações anteriores, há possibilidade de o
governo reorientar votos em plenário ou de alterar, no Plenário da Câmara e do
Senado, condições de projetos já estabelecidos. Para relembrar algumas idéias
básicas do Processo, o Relator Mussa Demes, em várias oportunidades, esteve em
reuniões com associações nacionais de prefeito, e com o Fórum de Prefeitos das
Grandes Capitais reuniu-se duas vezes. As justificativas apresentadas pelo Sr.
Relator: uma era de que a reforma tinha como objetivo manter, mais ou menos, a
repartição atual dos tributos; estabelecer uma desburocratização dos tributos
existentes; facilitar a sua cobrança, diminuir as reclamações, principalmente,
das empresas, do grande número e impostos ou contribuições; facilitar e
estimular as exportações sem quebrar a carga tributária de cada ente federado.
É a posição assumida pelo Relator.
Imediatamente, veio a contraposição, não só da Prefeitura de Porto
Alegre, mas também de outras Capitais, governadas por partidos distintos, que a
manutenção da Lei Kandir num novo texto, mantendo os mesmos efeitos, já é uma
mudança significativa da forma que temos de distribuição da carga tributária.
Portanto, a primeira tese já era contestada, de que haveria manutenção da mesma
carga tributária de todos os Municípios.
O Projeto apresentado pelo Relator contém uma mudança básica, chave,
que é a unificação de três tributos, hoje existentes: IPI - Federal; ICMS -
Estadual, e o ISSQN - município, em um único tributo, que passaria a ser
chamado de ICMs, no Projeto do Relator Mussa Demes, e Imposto de Valor
Agregado, no Projeto do Dr. Everardo Maciel, um Projeto que falaria pelo Governo
ou a atual posição do Governo. Esse imposto passaria a ser cobrado com uma
única alíquota, nacionalmente. Portanto, seria um imposto federal, e seria
repartido entre Estados e União, cobrando toda a circulação de mercadoria e de
serviços existentes no País. Ao Município, que estaria perdendo o ISS, se
reservaria um novo tributo, que passaria a se chamar Imposto de Vendas a
Varejo, que teria uma alíquota de 3%, e um base de cálculo discutível. Digo
discutível, porque cada projeto representa alternativas distintas, diferentes.
Quando da última reunião que fizemos com o Relator Mussa Demes, vários
Prefeitos de Capitais e entidades representativas, como a ABRASF, que reúne
todos os Secretários da Fazenda das capitais brasileiras, fizemos ver ao
Relator que era inaceitável a proposta que estava sendo colocada e que os
municípios, principalmente os grandes, não tinham a mínima possibilidade.
Portanto, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre,
Fortaleza, cidades governadas por partidos distintos, mas que são todos
unânimes em afirmar que é impossível tirar dos municípios o ISS que, hoje, para
os grandes municípios, compõe 25% ou mais da sua arrecadação total. No caso
específico de Porto Alegre é exatamente um quarto da receita total do
Município. No caso do Rio de Janeiro e São Paulo é bem mais do que isso. Em
Curitiba, o Secretário estava afirmando que corresponde a 26 % da receita total
daquele Município. São exemplos evidentes que deixam clara a mudança do ISS
para um outro tributo e não ficou claro na discussão qual será a base para o
cálculo. Seria inaceitável aos municípios nessas condições.
Depois de uma tarde inteira, praticamente, de debates e discussões o
Relator passou a admitir que aceitaria chegar a uma alíquota de 4%, que seria
sobre uma base ampliada de cálculo, ou seja, os municípios teriam o consumo
final de todas as mercadorias e também dos serviços, principalmente daqueles
que são facilmente cobrados impostos, que seriam as pessoas físicas no
pagamento que fazem sobre telefone, energia elétrica, principalmente. Esse foi
um acordo que chegamos há duas semanas, num final de tarde, com o Relator, de
que era o mínimo que os municípios poderiam aceitar para abrir mão do ISS, já
que é a nossa posição primeira não abrir mão dele e que os municípios apenas
aceitariam negociar ou orientar as suas bancadas, dentro do que é possível os
partidos pressionarem seus deputados para não votarem nessa proposta.
De lá para cá, nós tivemos uma surpresa, porque a negociação feita pelo
Relator, que afirma que seu Projeto não é governamental, mas um projeto e
compromisso da Câmara de Deputados, perante a necessidade de diminuição de
tributos, de agilização da máquina administrativa tributária do País, de
auxiliar as exportações.
Por isso, foi contraposta uma nova posição, aí, sim, assumida pelo Dr.
Everardo Maciel. Portanto, pressupõe-se que seja este o Projeto do Governo em
que se estabelece a alíquota máxima possível aos Municípios, no novo tributo,
seria de 3,2, retirando-se dele toda a base importante que havíamos acordado
com o Relator Mussa Demes. Pela proposta Everardo Maciel, veículos,
motocicletas, combustíveis, fumo, bebidas, energia elétrica e comunicações saem
da cobrança do IVV e ficariam exclusivamente com o novo ICMs, ou, no Projeto do
Everaldo Maciel, o novo imposto de valor a agregar. Não são só esses os
complicadores e as ameaças que pairam sobre as finanças públicas dos municípios
e sobre os contribuintes Municipais, daí a minha insistência na reunião, quando
aqui entregamos o Orçamento.
Sabemos - porque também somos questionados e pressionados - que os
Vereadores também recebem seguidamente pressões, lobbys, que são legítimos democráticos, de prestadores de
serviços na Cidade, para que se alterasse o ISS, no novo, tanto no ICMs como no
IVV. Os atuais contribuintes de serviços de informática, de vigilâncias, de
limpeza, para ficar naqueles mais conhecidos que hoje pagam o ISS, passariam a
ser gravados pelo novo tributo. Assim, alíquotas, que poderiam ter seletivos,
que poderiam ter, depois, em lei complementar, mas que, hoje, os enquadrariam
numa tributação não menor de vinte e três e meio, que é a menor alíquota
possível, quando se reúne os três tributos: IPI, ICMs e o ISS para efeito. de
uma contribuição única em todo o País. Esse o quadro em que estamos; as
informações são essas.
Na semana passada, o Secretário Odir, com Secretários e outros
Prefeitos, mais uma vez, reuniram-se com o Relator Mussa Demes, onde
reafirmamos a nossa posição de que é impossível e inaceitável trabalhar com a
alíquota de 3% ou 3,2% e, muito mais, com a perda da base de cálculo, no caso
do novo tributo dos setores mais fáceis de cobrar, os que mais tranqüilamente
dão garantia da arrecadação. Na avaliação da ABRASF, não há nenhuma garantia e
possibilidade, pelos cálculos realizados, de que 3% ou 3,2% venham a atender o
que hoje é arrecadado pelo ISS nas médias e grandes cidades. Esse é o quadro
que temos colocado nessa altura do debate. O Relator havia prometido que, na
sexta-feira, entregaria o seu relatório; mais uma vez adiou e agora sine die, não se sabe se essa semana,
continua dizendo que vai apresentar relatório à Comissão e não está subordinado
ao Governo. Não temos como controlar o voto de cada deputado ou as pressões que
o Governo Federal pode exercer, como já exerceu em outros momentos. Diante
desse fato, com algumas interrogações e dificuldades de precisarmos
efetivamente quem é o interlocutor desse processo, estamos aqui reafirmando que
o Governo Municipal junto com a Associação Gaúcha Municipalista, com a FAMURS,
com a Confederação, com o Fórum das Capitais tem procurado desenvolver um
esforço muito grande no sentido de impedir que esse projeto avance.
Queremos que os Vereadores discutam essa questão, assumam posição sobre
esse problema, porque isso afeta diretamente os grandes e médios municípios em
particular e todos os municípios, porque o ISS é um tributo que vem crescendo.
Com a partilha realizada em 1988 foram os municípios os que melhor se
comportaram, do ponto de vista tributário, seja na construção de máquinas mais
aperfeiçoadas para arrecadação, seja fazendo valer aquilo que a Constituição
estabeleceu, e, agora, se penaliza exatamente o ente federado que melhor teve
desempenho, de 1988 para cá, no conjunto dos seus tributos. Os demais entes
federados ou mantiveram um crescimento pífio, ou negativo, e no caso da União,
foi o pior comportamento nos tributos existentes.
É evidente que a União - e faço essa referência, porque no projeto
Everardo Maciel também tem algo a ver com isso - pôde criar outras contribuições,
que não são tributos, que não são impostos mas que, agora, se tenta, por essa
reforma, também manter como imposto definitivo, que é a Contribuição Provisória
sobre Movimentação Financeira. Pelo Projeto Everardo Maciel, a CPMF passaria a
ser um imposto definitivo. A União, claro, fortalecida com esse novo tributo,
promete acabar com o PIS/PASEP, com o COFINS, e recuperar a sua perda de
receita dessas contribuições, exatamente com esse novo imposto nacional, que
teria alíquota única, sendo que uma última diferença também está colocada entre
o relator e o Projeto Everardo Maciel. No do relator, o tributo passaria a ser
repartido pelo destino, ou seja, por onde se opera o final da comercialização
do produto, ou do serviço prestado; enquanto que, hoje, o ICMS, para efeito de
repartição dos municípios, é calculado onde tem a produção. O Projeto Everardo
Maciel mantém a proposta de cobrança no local, talvez respondendo
principalmente à grita de São Paulo, que seria o Estado mais prejudicado com
essa mudança de critério proposto pelo relator da matéria na Câmara Federal.
São essas as informações que temos. O Secretário Odir está aqui à
disposição para alguma informação complementar. Esteve na ultima reunião de
Prefeitos e Secretários da Fazenda na semana passada em Brasília, chamada com
urgência pela ABRASF, e nós estamos agora diante dessa interrogação. É um tema
que, infelizmente, não vem tendo o tratamento na grande imprensa que deveria,
como mereceria, pela gravidade que tem.
As pessoas não conhecem o que está em jogo, efetivamente. Sempre se
fala de forma genérica na reforma tributária, sem entrar nas suas conseqüências
diretas e nos seus significados e esse Projeto é o que poderá ir a votos na
Comissão. Aprovada a Comissão, nós sabemos que é muito difícil mudar qualquer
coisa na Câmara Federal hoje em dia se for aprovado na comissão mista que está
montada, já que se trata de uma Emenda Constitucional. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a
palavra para se manifestar a respeito da matéria em questão.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Prefeito antes de mais
nada quero saudá-lo pela sua preocupação e de seus colegas brasileiros com os
destinos dos nossos Municípios. Mas, ao mesmo tempo que eu manifesto este
cumprimento, que eu digo com satisfação que vejo os Prefeitos se movimentando,
eu preciso registrar a minha profunda tristeza, porque a coisa mais importante
que eu tenho ouvido nos últimos tempos é a Reforma Tributária, Reforma
Tributária que deveria ser feita por um Congresso Nacional, capaz, inteligente,
sério e responsável, que fizesse para que o povo pudesse viver melhor, mas o
que parece, Sr. Prefeito, é que toda essa Reforma Tributária vai ser para tirar
mais de um povo que já tem muito pouco.
Nós não estamos entendendo - eu, pelo menos, pessoalmente, não entendo
- a criação de novos impostos. Só essa CPMF, se tivesse um valor mais alto,
talvez pudesse eliminar a maioria dos impostos que nós pagamos. Então, nós
vamos pagar mais. Não estou vendo no horizonte nenhum sol brilhando, Sr.
Prefeito, mas eu continuo cumprimentando V. Exa., os Prefeitos de Capital, em
especial, e todos os Prefeitos gaúchos, que eu sei que têm feito um belo
trabalho. E diria até que o nosso Deputado Germano Rigotto tentou, me parece, fazer
uma coisa boa, mas parece não ter conseguido, o que eu lamento. Acho que o povo
brasileiro mais uma vez vai pagar a incúria do Congresso Nacional.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a
palavra.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sr. Prefeito Municipal e Sr. Secretário da Fazenda, tenho a
impressão de que todos nós tivemos um tempo muito grande para contribuir com o
Projeto que ficou à disposição, inclusive na Internet, para que ele pudesse ser
melhorado. Pelas pesquisas que tenho ouvido e pelas consultas que tenho feito,
parece que existe, hoje, uma insatisfação muito grande em toda a sociedade
brasileira em relação aos tributos cobrados. Vejo que essa insatisfação é
principalmente com o número de tributos. Essa Reforma Tributária, pelo que
vejo, quer diminuir esses tributos. Então, eu acredito que em vez de ficarmos
só reclamando, choramingando, seria a hora de também oferecermos uma
contribuição no sentido de vermos qual seria, na verdade, a reforma ideal, o
que poderíamos fazer para que o País pudesse satisfazer o desejo de todos os
seus cidadãos, no sentido de termos, realmente, tributos mais equânimes.
Em segundo lugar, realmente, acredito que se essa prática do Sr.
Prefeito fosse adotada durante todo o seu governo, de vir aqui à Câmara
Municipal, de dar satisfação à Câmara Municipal dos seus atos, de vir aqui
discutir com a Câmara Municipal os problemas da municipalidade, estaríamos em
melhores condições, e o nosso Município, hoje, poderia estar melhor.
Eu saúdo essa vinda do Sr. Prefeito, hoje, aqui, mas só lamento que
seja uma vinda isolada, que o Sr. Prefeito Municipal, em outras tantas
oportunidades não tenha vindo aqui dar satisfação dos seus atos para poder
dividir com a Câmara a responsabilidade de administrar Porto Alegre.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Motta está com a
palavra.
O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, apenas gostaria de registrar que essa iniciativa está dentro do
contexto mais geral da discussão sobre os rumos da Reforma Tributária no
Congresso Nacional.
As informações que nós temos é de que, de fato, há um setor que está
trabalhando, dentro do Congresso, com a pretensão de votar a reforma ainda este
ano. Como isso gera e tem gerado algumas inseguranças, principalmente nos
Municípios, a nossa Comissão, a CEFOR, de comum acordo, encaminhou essa
solicitação para que os representantes das associações que representam os
Municípios fizessem essa agenda conosco, aqui na Câmara Municipal de Porto
Alegre, para que os Srs. Vereadores se associassem a essas iniciativas que já
existem em nível de Congresso Nacional, via associações, e entrássemos,
portanto, nessa agenda real que diz respeito diretamente aos Municípios,
particularmente às grandes Capitais e às cidades que mais podem ser atingidas
pela reforma.
Em considerando isso, estamos, na verdade, abrindo essa discussão,
hoje. Quero, portanto, comunicar ao Plenário que estamos acordando, via Bancada
do PMDB, a presença, na segunda-feira, da FAMURS, e já tinha conversado com o
Presidente Ver. Nereu D’Ávila, para que, na sexta-feira, tenhamos, aqui, a
presença da AGM, que é uma outra associação de municípios. Gostaria, também,
juntamente com as demais Bancadas, articularmos a presença, provavelmente, da
Confederação Brasileira, que representa, também, o conjunto dos municípios.
Com esses dados e essas informações, poderíamos, aí sim, tirarmos uma
opinião do conjunto dos Srs. Vereadores e numa comissão simbólica, evidente,
representativa de todas as Bancadas, suprapartidária, entregarmos esse
documento, ou via Bancada gaúcha dos senhores parlamentares federais, que tem
um fórum que se reúne periodicamente, ou, até mesmo, através de alguma
representação da Câmara diretamente para o Sr. Deputado-Relator da presente
Comissão.
Portanto, Sr. Presidente, era mais um esclarecimento que gostaria de
fazer ao Plenário, para que esse comparecimento seja visto dentro desse
contexto geral da discussão que faremos sobre a reforma e que não seja uma
presença isolada. Na verdade, a nossa intenção é que seja uma presença
articulada com as demais associações representativas. Também se fará presente a
GRANPAL, que é uma associação que representa os municípios da Região
Metropolitana, cuja presença, infelizmente, não foi possível em razão do calendário
que as Prefeituras estabeleceram pelo motivo do feriado.
Era esse o esclarecimento. Portanto, a nossa intenção, Sr. Presidente,
é de que nesta sexta-feira já esteja aqui a AGM, na segunda-feira a FAMURS, e
de que a partir daí tomemos uma posição mais consolidada a respeito da Reforma
Tributária e seus efeitos nos Municípios. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está
com a palavra para se manifestar a respeito do tema em debate.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Sr.
Prefeito, Sr. Secretário, Srs. Vereadores, é louvável o trabalho do nosso
Prefeito na discussão desse processo da Reforma Tributária, que é essencial
para a reconstrução deste País.
Infelizmente, eu sou cético. A Reforma Tributária não está saindo não é
por culpa só do Congresso; é, principalmente, por culpa do Executivo Nacional,
que está jungido aos interesses econômico-financeiros de um mundo exterior. Nós
não estamos tendo a liberdade necessária para discutirmos os nossos próprios
problemas.
Isso não elide, entretanto, o esforço que está sendo feito, justamente
pela parte mais sensível da comunidade brasileira, que são os municípios, no
sentido de que uma reforma tributária atente para os sucessivos e crescentes
encargos que as prefeituras estão assumindo sem a correspondência do recurso
para a execução desses serviços. Eu quero crer que deva ser continuado esse
esforço, embora eu, particularmente, tenha as minhas dúvidas de que ele vá ser
atingido num breve espaço de tempo.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Alberto Garcia
está com a palavra.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Sr.
Prefeito, eu penso que este é um grande momento de mobilização.
Na semana passada, o Prefeito já esteve aqui nesta Casa falando,
justamente, desse assunto.
O que nós vemos é que essa Reforma Tributária, na realidade, de reforma
não se tem quase nada. Tem-se, novamente, uma tentativa de criação de novos
tributos e mascaramento de tributos.
A minha preocupação maior é que, justamente nesses momentos em que a
insatisfação é geral, tanto por parte dos Srs. Prefeitos e da população como um
todo, é que os projetos tomam corpo e, às vezes, passam.
Então, é importante que nós, como Vereadores, também possamos fazer a
nossa parte na mobilização de nossos parlamentares, em Brasília, e que cada partido
tire a sua posição do que é melhor.
Realmente, o evento, a mobilização da criação da municipalização sempre
foi uma força constante em quase todos os segmentos. O que nós vemos é que,
mais uma vez, o efeito da municipalização está deixando o seu sentido para que
o Governo Federal. como um todo possa gerenciar todas as decisões do nosso
País. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Clênia Maranhão está
com a palavra.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Prefeito, Sr.
Presidente, quero ratificar a posição das diversas Bancadas que já se
pronunciaram, reafirmando que para a nossa Bancada, também, este tema é da
maior importância e da maior urgência. A nossa Câmara pode cumprir um papel de
explicitar para a sociedade as propostas que estão em pauta, assim como cumprir
o seu papel de pressionar politicamente, para que as decisões do Congresso não
venham a penalizar mais os municípios. Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE: As Bancadas todas já se
manifestaram. Pergunto se o Sr. Prefeito gostaria de usar a palavra.
O SR. RAUL PONT: A perplexidade pronunciada
pelo Ver. João Dib também é nossa. Não conseguimos ver uma lógica nesta reforma
que a justifique, na medida que cria novos tributos, cria o IVV, unifica alguns
tributos e cria outros. Dificulta principalmente aos municípios, altera de
maneira profunda a estrutura de fiscalização, de cobrança hoje existente, e vai
ter uma queda na receita até que se construa novamente todo um sistema de
cobrança.
A nossa participação não é de agora, os municípios estão presentes desde
o início deste debate, a FAMURS, o nosso fórum das nove maiores capitais, e a
própria Associação Brasileira dos Secretários de Fazenda sempre teve propostas
alternativas em relação ao Fórum, mas nunca houve espaços para que essas
opiniões fossem aceitas. Não foi falta de debate ou de conhecimento, pois só
com o Fórum das nove capitais nos reunimos três vezes com o Relator. Nas três
oportunidades, prefeitos do PFL, PPB, PMDB, do PT, foram sempre unânimes.
Conversamos com o Deputado. Rigotto; fomos a uma reunião específica com a
Comissão, em Brasília, onde apresentamos, mais uma vez, as posições muito
semelhantes, praticamente idênticas, em todas as capitais.
Parece-me, neste momento, que a incidência que se pode fazer é que, em
última instância, quem vota isso são Deputados e Senadores dos nossos Partidos.
Penso que é possível os Partidos terem uma ingerência maior sobre esse
processo, através das direções partidárias, através das lideranças de bancadas,
no sentido de impedir que as suas bancadas votem esse Projeto da maneira que se
encontra. Não adiantou a longa tramitação, pois não houve, efetivamente, uma
capacidade da Relatoria ou da Comissão Especial de levar em conta todas as
questões, toda a história, todo esse processo que foi vivido, desde 1988 para
cá, pelos municípios e pelos Estados.
A nossa forma de ver o enfrentamento dessa questão é essa: mantermos a
pressão por parte das associações de municípios, da Associação Brasileira de
Secretários da Fazenda, estarmos presentes nessa reta final em Brasília,
pressionando para não permitir que a Relatoria vá nesses termos, e, do jeito
que está, achamos melhor que não haja essa reforma, e que ela não se viabilize
desse jeito, para que tenhamos a possibilidade, ao longo do ano que vem, já que
o princípio da anualidade já obrigaria que nada votado no ano que vem poderia
entrar, imediatamente ou a curto prazo, em vigor.
Essa é a ação; não restam muitas alternativas para que possamos agir
neste momento.
Saliento o aspecto de que não é um problema só de que os municípios têm
identidade, apesar dos partidos; é que é um golpe muito duro para um setor
muito grande, principalmente em cidades como a nossa, onde as pessoas que hoje
pagam, como profissionais universitários, empresas de prestação de serviços na
área de informática, de vigilância, de limpeza, que são via a terceirização da
economia. São os setores que mais têm crescido e que absorvem uma mão-de-obra
muito grande, hoje, em Porto Alegre. Evidentemente, ou iriam cair na sonegação
ou iriam também cair em uma maior informalidade que já há hoje. Quer dizer,
iríamos entrar em um processo de informalidade da economia, que liquida com
todos os planos previdenciários, que liquida com todas as propostas de manter
alguns sistemas públicos como a Saúde, Educação, na mão do setor público, por
incapacidade de termos recursos para fazer frente a essas demandas.
Então, o problema não é só do prefeito, é também da capacidade de todos
os municípios de terem capacidade mínima de continuar prestando os seus
serviços. Os materiais que temos da Associação Brasileira de Secretários da
Fazenda, os documentos já assinados pelos nove Prefeitos da capitais, ou no
caso da FAMURS que chega a ter uma posposta de um projeto alternativo, como
também algumas bancadas que já apresentaram projetos alternativos, mas que não
vingaram.
Hoje estamos diante de um papel onipresente do Relator. O Relator,
sempre, no processo regimental da Câmara, vai ter a palavra final, mesmo para o
governo. Mas o governo tem a sua capacidade de articulação no Plenário e com
isso pode modificar na última hora, inclusive por fora daquilo que o Relator
acordou com o Prefeito.
Agradecemos mais uma vez o convite feito para esta oportunidade e
achamos que a ação mais imediata que os Vereadores, que a Câmara pode fazer, além
da manifestação enquanto poder legislativo, é também uma ação direta junto aos
partidos que cada bancada tem, no sentido de chamar a atenção para esse aspecto
e orientar o voto, no sentido de não aprovar essa reforma. Seja do governo,
seja essa do Mussa Demes, se ele não estiver de acordo com aquilo que acertou
com os municípios há duas semanas. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Queremos agradecer a
presença do Prefeito Raul Pont e do Sr. Secretário da Fazenda na nossa Câmara
Municipal. Naturalmente, queremos prolongar essa discussão, que é a
participação direta, sendo de interesse do Município de Porto Alegre.
Estão suspensos os trabalhos.
(Suspende-se a Sessão às 15h30min.)
O SR. PRESIDENTE (às
15h32min):
Estão reabertos os trabalhos, e retornamos ao período de Comunicações. O Ver.
Juarez Pinheiro está com a palavra.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sras. e Srs.
Vereadores, hoje esta Câmara de Vereadores deu uma demonstração de sua
responsabilidade e sapiência política, em que os médios e grandes municípios
brasileiros estão na iminência de ter reduzidas as suas receitas, de saber
superar suas divergências políticas e ideológicas, de uma forma harmônica, onde
o Legislativo e Executivo tratam de uma matéria tão importante, ou seja, a
Reforma Tributária. De outra parte, aquela dicotomia que, vez que outra,
tentamos colocar aqui no Plenário, de que vereador só fala assuntos do
município e caberia aos deputados e senadores assuntos estadual e nacional,
contra a qual sempre nos colocamos de forma contrária, e hoje ficou explicitado
que não existe essa separação, pois temos responsabilidade com o município, com
o estado e com a União.
O Ver. João Dib e o Prefeito Municipal disseram que não entendiam qual a lógica dessa Reforma Tributária. Peço vênia para discordar, pois entendo qual é essa lógica. A lógica da Reforma Tributária é a lógica do Fundo Monetário Internacional, quer que os recursos públicos fiquem, cada vez mais, centralizados na União, quer destruir a Federação que, na Constituição de 1988, conseguimos constituir, porque os Srs. Vereadores, principalmente os mais antigos, como João Dib e Lauro Hagemann, hão de recordar que até 1988 os municípios sequer podiam redigir as suas Leis Orgânicas, pois vinham de cima para baixo. A partir da Constituição Cidadã de 1988 houve uma grande alteração constitucional nas competências, os municípios passaram a regrar as suas vidas. A reforma feita na questão dos tributos fez com que os municípios viessem a ser aqueles entes federados que mais sabiam utilizar, cobrar, fiscalizar a sua arrecadação. O que hoje está vigente no Congresso Nacional, que é minha posição, que é um Congresso vassalo aos interesses do capital financeiro internacional, que os recursos fiquem centralizados na União, porque sabemos que, quando os recursos ficarem na União de forma mais centralizada, e os serviços, cada vez mais, serem recolocados na distribuição de competência para os municípios, sobrará mais dinheiro para que a rapinagem internacional venha, ainda, a colocar o País em situação mais desagradável.
Não é por nada que foi publicado, na Folha de São Paulo, do dia 30 de
setembro, uma reportagem em que o FMI questiona o Consenso de Washington. Sabemos que o Consenso de Washington foi um consenso dos países que compõem o
G-7, que organizaram uma nova ordem internacional, que pregava a
desregulamentação para tirar o direito dos trabalhadores, que pregaram a
abertura de fronteiras para que os países ricos pudessem destruir as economias
dos países pobres. O resultado dessa política chamada Consenso de Washington, nas palavras do Diretor-Gerente do Fundo -
Camdessus, é de que a distância entre os países ricos e pobres ficou cada vez
mais aumentada, que o aumento de arrecadação só dos Estados Unidos, por
exemplo, foi superior, no primeiro semestre de 1999, ao rendimento anual, de
2,5 bilhões de habitantes da China, da Índia, da Rússia e do Brasil.
Portanto, o que está em jogo é a democracia, é a soberania que se
expressa, agora, nessa Reforma Tributária quando querem retirar mais dos
municípios, aqueles entes federados que realmente prestam serviços de Saúde,
que prestam serviços de assistência social. Ou seja, retira-se dinheiro dos
municípios de uma forma ainda mais vergonhosa, causando um verdadeiro
genocídio.
Então, Ver. João Dib, eu entendo a lógica dessa Reforma Tributária: ela
não vem ao encontro, mas, sim, de encontro a nós todos, brasileiros.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobre Ver. Juarez Pinheiro. Todo medo que tenho é de
que o Município fique com menos recursos e que, além disso, a população ainda
fique pagando mais 3.2 de alíquota, que é o novo imposto que o Município
pretende criar.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: V. Exa. tem razão e se
portou à altura do debate agora promovido com a presença do Sr. Prefeito,
debate este que prosseguirá nas próximas sexta e segunda-feira. Esta Câmara de
Vereadores, pela sua tradição, pela sua projeção, precisa tirar uma posição
muito forte nessas questões. Vamos ouvir as demais entidades e entendo que,
daqui, deva sair uma comissão com representantes de todas as Bancadas, para
que, juntos, possamos dizer, em Brasília, que não concordamos com essa Reforma
Tributária, pois ela é genocida, uma vez que os cidadãos moram nos municípios e
não em Brasília. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está
com a palavra e cede seu tempo a Vera. Lenora Ulrich, em Comunicações.
A SRA. LENORA ULRICH: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, confesso que a presença do Prefeito aqui e também a fala do nobre
Vereador que me precedeu, encurtaram bastante o pronunciamento que eu teria a
fazer e o objeto sobre o qual eu gostaria de falar. Em primeiro lugar,
desculpem a falta de prática, é uma honra estar aqui neste espaço com os
senhores. Pensando no que nos trouxe o Prefeito sobre a Reforma Tributária e
fiscal, um processo nacional, e sobre a questão dos encargos dos municípios,
sabemos que a Constituição de 88 entregou
os Municípios, que, paulatinamente, vão saindo dos encargos federais.
Na verdade, o Governo Federal vem passando aos municípios atribuições
que antes eram suas, sem que os respectivos recursos tenham sido, de fato,
repassados para fazer frente a essas despesas. Entre esses recursos federais
que foram cada vez mais se escasseando e que, antigamente, com todas as mazelas
que existiam, diziam respeito a uma política nacional de habitação, estão os
recursos da área habitacional.
Os senhores sabem que o Governo, sustentado por vários partidos que
hoje estão criticando a postura do município em relação à política
habitacional, deu sustentação aos governos que, por exemplo, acabaram com o
BNH. E, para citar especificamente o que aconteceu com a COHAB, nosso Estado, o
PMDB a extinguiu. A COHAB era responsável pela política habitacional no Estado.
Causa-me surpresa um projeto que hoje vem à Pauta, em 3ª Sessão, da
Vera. Clênia Maranhão, que coloca a nossa política do instituto do uso do solo
no Município quase que numa visão de um paternalismo exacerbado ou de um certo
voluntarismo por parte do Município, no sentido de não permitir que as pessoas
adquiram a tão sonhada casa própria. Ora, a Vereadora, que é instruída nas
lides legislativas, sabe muito bem que a matéria constitucional prevê que a
área pública não pode ser alienada a particulares e que ela não tem essa
função. No Município, o Executivo não é simples agente promotor e financeiro de
uma política habitacional para a baixa renda ou para qualquer outra faixa; ele
não tem essa função e não tem tido recursos, haja vista que o BNH foi extinto
como também a COHAB, no governo sustentado pelo Partido da nobre Vereadora.
Como e com que recursos o Município poderia se transformar em agente
financeiro? Hoje o Município tem dado uma resposta a altura nesses dez anos de
Administração Popular. Na verdade, ele está resolvendo situações emergenciais,
graves, de risco, ou por necessidade de obras de interesse coletivo; fazendo o
reassentamento de pessoas que invadiam ou que estavam, por necessidade,
confinadas em áreas públicas.
Então, como poderíamos, simplesmente, transformar áreas públicas,
adquiridas, inclusive, através de legislação que passou por esta Câmara, que
instituiu o banco de terras, individualizá-las e passá-las ao domínio de cada
um dos proprietários dessas áreas, tratando-se de áreas que foram adquiridas
para resolver problemas de ordem pública, de caráter emergencial? Trago isso à
reflexão dos Vereadores, sei que esse processo ainda vai passar pelas
respectivas Comissões, mas eu o trago aqui, para uma reflexão, pois nós sabemos
que é ótimo que as pessoas possam almejar ter a sua casa própria, nós sabemos
que em um regime de mercado, como o que há no Brasil, as pessoas, de fato, têm
esse sonho, embora todos nós que somos esclarecidos saibamos que a maior parte
da política habitacional nos países desenvolvidos capitalistas é resolvida
através de aluguel de casas pelo Estado. Quase 50%, em países como a França e
Itália, dos problemas de moradia para a média e baixa renda são resolvidos com
aluguel de edificações estatais. Independente disso, sabemos que não é por um
voluntarismo, e, sim, porque estamos cumprindo, no Município de Porto Alegre -
e cabe a esta Casa fiscalizar -, com o preceito constitucional de que aquilo
que é público deve ser utilizado publicamente. E sabendo também que as taxas
cobradas desses moradores não correspondem ao ressarcimento de um investimento
feito em uma compra habitacional, sendo que eles ressarcem a manutenção e os
gastos desenvolvidos para a existência dessas moradias.
Então vamos ser mais coerentes e, em vez de extinguir o BNH, em vez de
extinguir a COHAB, como foi feito no Governo passado, do PMDB, vamos criar uma
política habitacional conseqüente, para que o Município possa não somente
trabalhar as emergências, mas possa também ser um agente promotor e, quem sabe,
atuar até em outras faixas de renda, mas não com a área pública. Muito
obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Paulo Brum
inscreve-se e cede seu tempo ao Ver. Luiz Braz, com a aquiescência dos demais
inscritos.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, todos são testemunhas de que, há muito tempo, eu faço cobranças em
relação aos gastos excessivos em propaganda por parte deste Governo, para
divulgar o Orçamento Participativo, que é, na verdade, uma máquina colocada a
sua disposição, mas ocorre que eu não tenho condições de saber quais são os
gastos reais. Eu imagino que esses gastos estejam na casa dos doze milhões de
reais. Doze milhões significariam dez por cento ou mais de dez por cento do que
é gasto em obras em Porto Alegre, durante um ano. Porto Alegre gasta, em obras,
cerca de cem milhões, cento e vinte milhões, pelo menos é o que está projetado
para este Orçamento que nós vamos votar, agora, no mês de novembro. Então, significa
dez ou um pouquinho mais de dez por cento. É muito dinheiro gasto em
publicidade.
Eu fiz um Pedido de Informações ao Executivo, pedindo que ele me
informasse quanto, na realidade, gastava o Governo Municipal com esta
divulgação, não-oficial. E eu não recebi resposta. Pedi cópia dos contratos.
Não recebi resposta. A única resposta que eu recebi é que eu não estava sendo
específico no meu pedido e, por isso, eu não poderia receber os dados que pedia
nas informações que eu enviava ao Executivo Municipal.
Mas, não satisfeito em receber esta negativa por parte do Executivo,
entrei com um mandado de segurança para que o direito que o Vereador tem, de
pedir a informação, pudesse ser garantido. E, graças a Deus, o Juiz da 7ª Vara
da Fazenda Pública me garantiu que estas informações pudessem ser enviadas para
esta Casa, para a nossa Câmara de Vereadores. E ele se manifesta, no seu
despacho, dizendo o seguinte: (Lê.)
“Não se está diante, então, de pedido genérico, embora abrangente. A
iniciativa do impetrante não compromete as atribuições do Chefe do Poder
Executivo Municipal e nelas não interferem, mantendo-se intocados os princípios
administrativos da conveniência e oportunidade que, certamente, presidiram a
atuação do Sr. Prefeito.
Isto posto, JULGO PROCEDENTE a presente ação mandamental e CONCEDO A
SEGURANÇA requerida por ANTÔNIO LUIZ BRAZ, para o efeito de determinar ao Sr.
Prefeito Municipal de Porto Alegre que, em 30 dias, preste as informações sobre
todos os contratos com Agências de Publicidade e ou Emissoras de Rádio e
Televisão, para propaganda ou publicidade dos atos do Executivo Municipal e
aqueles ligados à divulgação do Orçamento Participativo, relativas ao ano de
1999, acompanhando-as de cópias dos correspondentes contratos, relação de
recursos financeiros empenhados e respectivos beneficiários”. É o despacho do
Juiz de Direito, Gustavo Alberto Gastal Diefenthaler, da 7ª Vara da Fazenda
Pública.
Acredito que, com este despacho, com esta decisão da 7ª Vara da Fazenda
Pública, finalmente, Ver. João Dib, os Vereadores de Porto Alegre vão conhecer
o que é, realmente, gasto para divulgar esse tal de Orçamento Participativo,
que é esta máquina colocada à disposição do PT.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobre Ver. Luiz Braz, pena que V. Exa. não tenha
pedido também para o ano de 1998. Tentei, fazendo o acompanhamento da execução
orçamentária, saber como foi pago, só o que está divulgado no Diário Oficial,
com relação a publicidade. Somando tudo o que havia de rubricas para
publicidade e mais aquilo que, no dia 05 de março deste ano, foi suplementado
com data de 31 de dezembro, não chega a pagar o que foi gasto com o “Cidade
Viva” no ano passado.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Dib, acredito que
esta decisão relativa aos gastos de 1999, dão amparo, agora, a que um Pedido de
Informações saído desta Casa solicitando os gastos de 1998 também possa ser
atendido.
O Sr. Elói Guimarães: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Apenas para complementar o discurso de V. Exa. e
cumprimentar, quero dizer que V. Exa. fez com que viessem as informações sob Vara.
O SR. LUIZ BRAZ: Sim, sob Vara. Só não entendo, e talvez passe a entender agora, o que é
que este Prefeito Municipal, o que é que esta Administração tem a esconder com
relação a estes gastos com publicidade? Quem se nega a dar informação, quem
omite informação, é porque quer esconder alguma coisa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Passamos à
PAUTA ESPECIAL – (10
minutos)
DISCUSSÃO PRELIMINAR - (até
06 oradores)
1ª SESSÃO
PROC. 3135/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
030/99, que
estima a Receita e fixa a Despesa da Administração Direta do Município para o
exercício econômico-financeiro de 2000. Com
respectivos Planos de Aplicação de Fundos.
PROC. 3136/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
031/99, que
estima a Receita e fixa a Despesa do Departamento Municipal de Água e Esgotos
para o exercício econômico-financeiro de 2000. Com Anexo.
PROC. 3137/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 032/99,
que estima
a Receita e fixa a Despesa do Departamento Municipal de Habitação para o
exercício econômico-financeiro de 2000. Com
Anexo.
PROC. 3138/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
033/99, que
estima a Receita e fixa a Despesa do Departamento Municipal de Limpeza Urbana
para o exercício econômico-financeiro de 2000. Com Anexo.
PROC. 3139/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
034/99, que
estima a Receita e fixa a Despesa da Fundação de Educação Social e Comunitária
– FESC, para o exercício econômico-financeiro de 2000. Com Anexo.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a
palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, o Orçamento anual proposto pelo Executivo para o Legislativo, na
forma da Lei de Diretrizes Orçamentárias, fixa a despesa e orça, prevê a
receita, calcula a receita. O Executivo Municipal encaminha para esta Casa o
Orçamento prevendo um déficit de 15 milhões de reais.
Eu não sei o que pensa o Executivo Municipal: se aqui têm Vereadores
que não tem máquina de somar, ou que não têm mentes capazes de somar, ou o que
pretende o Executivo Municipal? Este Orçamento não corresponde absolutamente à
realidade. O Orçamento do ano passado deu 24 milhões e meio de superávit e este
ano dá superávit outra vez. Agora, o Prefeito manda um Orçamento deficitário.
Acho que ele está brincando de fazer Orçamento ou, então, como diria o hoje
Presidente do BANRISUL, Ver. João Verle, que o Orçamento é uma peça de ficção.
Eu já tive a oportunidade de fazer o Orçamento e procurei, dentro da
responsabilidade e da seriedade com que ele deve ser feito, fazê-lo mais
proximamente da realidade.
O Sr. Luiz Braz: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. João Dib, V. Exa. fala em uma parte que acho
extremamente importante que é esse déficit orçamentário que está presente nesta
proposta que o Sr. Prefeito Municipal traz a esta Casa.
Eu ouvi do Líder da Bancada do PT, que temos Porto Alegre com uma
economia em expansão e ascensão, e isso deveria se refletir dentro do ICMS.
Agora, se V. Exa. vê o retorno do ICMS para a Casa, ele, ao invés de estar
progredindo, regride. Não sei, esta expansão econômica de Porto Alegre, dita
pelo Líder da Bancada do PT, onde se reflete. Eu não sei, talvez nas burras da
Prefeitura de Porto Alegre.
O SR. JOÃO DIB: Aliás, há algumas coisas
que eu não consigo saber nos números que a Prefeitura apresenta. Como eu disse,
o déficit de quinze milhões de reais não espelha a realidade. Realmente, eu
ouvi aqui o Líder do PT elogiando o crescimento econômico de Porto Alegre, que
passava a receber 13,4% do ICMS recolhido no Estado e direcionado aos
municípios. A não ser que o Prefeito Raul Pont não acredite no Governo Olívio
Dutra, capaz de melhorar as condições da máquina arrecadadora do Estado, e
talvez seja por essa razão que o Prefeito assina uma proposta orçamentária
diminuindo, praticamente, o ICMS, a não ser que seja isso, ou ele queira nos
enganar. Eu não sei qual das coisas. Mas eu não acredito que ele pense que o
Governador Olívio Dutra não saiba administrar o Estado, seria um fato meio
esquisito, pois são amigos, já trabalharam juntos, se entendem, são do mesmo
partido.
Então, para este ano de 99, a previsão orçamentária de arrecadação de
ICMS é de cento e dois milhões de reais. Para o próximo ano, o Prefeito colocou
cento e nove milhões, o que dá um acréscimo de 6,9%; nem a inflação foi
colocada aí. É claro que quando faço a minha crítica às colocações
prefeitorais, eu não a faria se não estivesse analisando os números da própria
Prefeitura. Neste ano a Prefeitura tem cento e dois milhões de ICMS, e já
arrecadou, em oito meses, setenta e sete milhões. Faltam quatro meses, se
arrecadar dez milhões por mês vai arrecadar cento e dezessete, mas nos últimos
meses do ano a arrecadação do ICM cresce, foi o que aconteceu no mês de agosto,
quando foram arrecadados catorze milhões, trezentos e setenta e dois mil reais.
Aliás, por falar em ICMS, em 98, o Prefeito colocava 123 milhões de reais e eu
disse que arrecadaria 145 milhões de reais. Errei por alguns reais. Se
arrecadasse 145 milhões de reais, o Ver. Adeli Sell me pagaria um chapéu. Não
me deu o chapéu, apesar de dizer que me deve o chapéu.
O IPVA, o Prefeito, no ano passado, propunha que nós arrecadaríamos 42
milhões de reais, e este ano, e para o próximo ano, 44 milhões e meio de reais.
Ora, o IPVA até o mês de agosto, já arrecadou 41 milhões de reais, faltam
quatro meses, a cinco milhões de reais por mês vai dar 60 milhões de reais. O
Prefeito prevê para o ano que vem, 44 milhões de reais. Realmente, o orçamento
parece daqueles que não deseja que a Cidade cresça, ou não deseja mostrar as
potencialidades da Cidade.
É claro que o Executivo coloca algumas coisas que nunca vai fazer:
Receita de capital, sobre essa o Executivo manobra, faz e desfaz e não presta
contas devidamente ao Tribunal de Contas. O Tribunal de Contas, todos os anos,
diz que se for cometida, no ano que vem, a mesma infração, as contas serão
rejeitas, porque o Executivo tem aberto créditos suplementares por excesso de
arrecadação que não se realizam, mas com o todo esse déficit que se apresenta,
hoje, no ano 2001, quando nós olharmos as contas do ano 2000, veremos que houve
superávit. É que a manobra de números é impressionante.
O IPTU, este ano, está com uma previsão de arrecadação de 69 milhões,
950 mil reais, 70 milhões de reais. Para o ano que vem, 72 milhões e 850 mil
reais.
Fiz um Pedido de Informações, e tenho a absoluta certeza de que apenas
os valores que foram acrescidos este ano nas alterações do IPTU superariam os
72 milhões de reais do Prefeito. Mas este ano, fiz um Pedido de Informações ao
Sr. Prefeito para que ele me dissesse quanto realmente foi lançado de IPTU nas
contas da Prefeitura. Informação do Sr. Prefeito: 115 milhões de reais.
Orçamento: 69 milhões reais. Onde estão os outros 45 milhões de reais. Eu sei
que desses 115 milhões de reais, eventualmente, se todos pagassem com vinte por
cento de desconto, nós teríamos que deduzir vinte e dois milhões e teríamos
oitenta e três. Diz o Prefeito que a inadimplência é menor do que dez por
cento, então nós teríamos cerca de oitenta milhões. Onde estão os oitenta
milhões? Eu não sei, eu não vejo.
Mas há algumas coisas aqui que me gratificam profundamente, os gastos
com a Saúde na Administração Centralizada são da ordem de 13,9 na proposta
orçamentaria, mas se fosse na forma da Lei Orgânica, seriam apenas de 9,6. Mas
me deixa gratificado por que? É que a Bancada do PT está propondo uma alteração
na Lei Orgânica para que os 13% sejam, realmente, da Administração Centralizada.
Então até hoje nunca foi cumprido o que determina a Lei Orgânica. No caso da
Educação, que tem 70% sobre os impostos, a Prefeitura está colocando um pouco
mais, mas está colocando lazer e recreação como gasto de Educação, não sei se
está correto, não analisei mais profundamente. E devo dizer, também, que em
matéria de reserva de contingência a Prefeitura não está fazendo exatamente os
4% que determina a Lei Orgânica, na minha conta dá 2,92, porque pelo Tribunal
de Contas todos dizem, todos são unânimes em afirmar, e não poderia ser
diferente, o SUS é receita corrente quando entra na Prefeitura e despesa
corrente quando sai.
Então, na realidade, nós não temos 4% e, sim , 2,92, mas é uma análise
que precisa ser feita, hoje é o primeiro dia, outros Vereadores falarão sobre o
assunto, e nós continuaremos debatendo nos próximos dias este Orçamento que é
ficcional, como diria o nobre Ver. Presidente, hoje, do Banco do Rio Grande do
Sul, Ver. João Verle. Saúde e paz.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo
Brum): O
Ver Cyro Martini está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, na previsão orçamentária para o ano que vem há
providências, há perspectivas, há proposições que nos chamam a atenção, muitas
delas são de vulto, vem ao encontro como obras viárias, por exemplo, de porte
em Porto Alegre. Mas dentro do campo da cultura, dentro do âmbito da Secretaria
Municipal da Cultura, há também iniciativas previstas para o ano 2000 que são
consideráveis e que vem ao encontro daqueles que militam na área da promoção
cultural e inclusive com relação que tem significação para outros que não são
tão familiarizados com essas atividades.
No plano de aplicação dos fundos da Secretaria Municipal de Cultura
para o ano 2000, o FUNCULTURA, FUNPAQUE, FUNPROARTE, elaborados todos os
Projetos com muita atenção, muita acuidade, muito carinho por aquela Secretaria
que, todos sabemos, é dirigida com muita dedicação e empenho, lucidez, e
inteligência pela Secretária Margarete Moraes, dentro desses planos, dentro
desses Projetos relativo ao Fundo do Patrimônio Histórico e Cultural de Porto
Alegre, um Projeto chama a nossa atenção que é aquele que diz sobre a
recuperação, a restauração da segunda casa onde hoje está instalado o Arquivo
Histórico de Porto Alegre. O Arquivo Histórico de Porto Alegre, está instalado
na casa nº 2 da antiga sede do Grupo Escolar que foi muito familiar para todos
aqueles que moravam e cresceram naquelas redondezas, na Rua Teixeira de
Freitas, Gomes Jardim, Luiz de Camões, Sr. Presidente, graças a essa relação de
afeto e carinho entre aqueles que nasceram e cresceram naquelas redondezas, na
sede do antigo grupo escolar, cuja última denominação foi Apeles Porto Alegre -
não foi a única, houve outras denominações anteriores -, naqueles pavilhões
construídos pelo Dr. Malheiros no final do século passado, no fundo que se
destina a desenvolver obras - e uma delas é a recuperação da segunda casa - a
primeira já foi realizada. V. Exa. sempre teve boa memória e deve-se lembrar
que foi esse modesto e humilde partenoense, antes de ser Vereador, que teve a
honra e a glória de oferecer a proposta pela qual aqueles prédios foram
tombados. Hoje, o segundo pavilhão abriga o Arquivo Histórico de Porto Alegre.
Há poucos dias, nós que comungamos do mesmo espírito de ver aquela casa
perfeitamente reerguida, prestando serviços de relevância, como vem prestando à
comunidade de Porto Alegre, à cultura de um modo geral, tivemos a ocasião de
participar do ato pelo qual o Sr. Prefeito Municipal Raul Pont, a Secretária de
Cultura Margarete Moraes, os membros do Parthenon Literário e outras figuras
ilustres da cultura porto-alegrense, inauguraram o anexo que se destina a
abrigar o material. No anexo, há condições para que se busque e se pesquise
acerca da história de Porto Alegre. Há uma temperatura ambiental adequada, onde
estão localizados jornais, como o Correio do Povo, a Federação, obras de
Aquiles Porto Alegre, Apolinário Porto Alegre, as primeiras atas manuscritas da
Câmara Municipal de Porto Alegre e uma série de outros elementos. O segundo
pavilhão, que é chamado, na proposta de recuperação de Casa nº 1, vai ser
reconstruído no ano que vem.
Aí temos duas satisfações, a de vermos uma proposta da Sociedade
Parthenon Literário, cujas reuniões ocorrem lá no Arquivo Histórico, por uma
concessão toda especial da Diretora Maria Osmani e da Secretária de Cultura. O
Parthenon Literário sempre lutou pela recuperação - depois de recuperado aquele
primeiro, construído o anexo - daquela Casa nº 1, que seria o segundo pavilhão,
porque esse segundo pavilhão vai permitir que as atividades culturais
desenvolvidas não só na área do Grande Partenon, mas em toda a Cidade, possam
encontrar lá um ponto onde eles possam se reunir. É uma proposta que encontrou
respaldo, apoio firme e decidido e empenho da Sociedade Parthenon Literário, do
Presidente Serafim Lima, do Secretário e Tesoureiro, Frei Aquino Squiapini;
Cláudio Pinto; Prof. Hugo Ramires; Prof. Fischer e a Dra. Maria Osmani.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobre
Vereador, quero cumprimentá-lo. Discutir o Orçamento com aqueles números áridos
é uma coisa um tanto quanto desagradável. V. Exa. consegue fazer uma discussão
inteligente sobre a cultura, sobre o Parthenon Literário. Meus cumprimentos.
O SR. CYRO MARTINI: Eu agradeço o seu carinho e
a sua consideração. Mas o poeta sempre disse, e nós repetimos aqui, quando um
valor menor se levanta, nós temos que ficar atentos. Ora, se eu tenho aqui
obras magníficas que serão proporcionadas pela Secretaria de Cultura - citei
apenas essa porque é a que me diz de perto, mas não é a única dentro desse
FUNCULTURA, FUNPAC, FUMPROARTE, então, evidentemente, tenho que destacar. Eu,
que colaborei para que aqueles prédios fossem tombados, que participo do
Parthenon Literário e que estou lá lutando também, dando força para os
partenoenses que se dedicam à literatura, evidentemente tenho que registrar
aqui o nosso prazer, a nossa satisfação em ver aqueles dois pavilhões antigos -
para quem se criou naquelas redondezas, ali na Teixeira de Freitas, na nossa
velha Teixeira, na Luiz de Camões, e que pertencíamos às camadas mais
populares, que não tivemos o grato prazer e satisfação de ser alunos do Colégio
Santo Antônio, que pertencíamos ao Grupo Escolar Apeles Porto Alegre -
recuperados, aquela sede do antigo Grupo Escolar, ao qual devemos o início de
toda nossa caminhada - modesta, é verdade - de caráter cultural. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Juarez Pinheiro está
com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores. Discutir o Orçamento - e já disse isso quando ele
foi entregue, quando estava também o Ver. João Dib e outros Vereadores - é um
fato novo na vida deste País. Durante o regime militar as Casas Legislativas
apenas podiam receber a peça orçamentária de forma burocrática, e dizer “sim”
ou “não”. Por óbvio, dizia-se sempre “sim”. A partir da Constituição de 1988,
houve a possibilidade de os Parlamentos apresentarem emendas aos orçamentos. A
Constituição Estadual de 1989 avançou e possibilitou que os populares, através
da reunião de quinhentos cidadãos, ou duas entidades, pudessem apresentar emendas
diretamente no processo legislativo da Assembléia Legislativa do Estado. Aqui
em Porto Alegre avançamos ainda mais, com um processo coletivo de elaboração do
Orçamento. Uma coisa é redigirmos um Orçamento apenas com técnicos, de forma
insípida, nos gabinetes acarpetados; outra, é elaborarmos uma peça orçamentária
condizente com a realidade, com o fato social, com a vida real, aquele que é
feito no bairro, lá na vila.
Essa proposta orçamentária que vem para esta Casa e que hoje começamos
a discutir foi composta, no mínimo, por quarenta mil mãos. E esse é um processo
absolutamente mais constituído, mais denso, porque com quarenta mil mãos, com
quarenta mil pessoas participando da sua elaboração, a possibilidade de justiça
e de erro é bem maior no que tange à justiça e menor na possibilidade de erro.
Nós não podemos, nesse momento, quando discutimos a peça orçamentária -
e o Ver. João Dib vem com sua inteligência que já conhecemos querer discutir
Saúde - ir nesse discurso, que é um discurso enviesado. Nós queremos saber qual
é o Município do Partido do Ver. João Dib que aplica o que nós aplicamos em
Saúde. A regra e o parecer a que ele se apega da Comissão de Constituição e
Justiça - eu já disse isso ao meu fraternal amigo - é um discurso enviesado
para desconstituir a política municipal, que é de colocar, sim, recursos para a
Saúde e Educação. Na Educação estamos colocando recursos acima do que manda a
Constituição Federal, e na Saúde, estamos cumprindo a Lei Orgânica.
E o Ver. João Dib comete dois equívocos: em primeiro lugar, ele avalia
mal - eu acho que o Ver. João Bosco Vaz não conhece o Parecer da Comissão de
Constituição e Justiça no que tange à sua interpretação jurídica com a
interpretação literal, absolutamente comezinha e sem sentido. De outra parte,
ele esquece e não coloca a relevância de que aqui, em Porto Alegre, é a
população que aponta as prioridades, e as áreas sociais, ao contrário de outros
governos, são as privilegiadas.
Então, Ver. João Dib, quanto a isso, V. Exa. faz um discurso de disputa
política. Mas aqueles que nos escutam sabem bem que, em Porto Alegre, nós
investimos na área social, ao contrário de outros municípios dirigidos,
inclusive, pelo seu Partido, que privilegiam para os grandes as maiores fatias
dos orçamentos e para os pequenos fica muito pouco.
Então, Ver. João Dib, que é uma pessoa honrada, inteligente e correta,
gostaria que rebatesse esse argumento...
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobre Ver. Juarez Pinheiro, eu acho que os municípios
nem têm muito para dirigir, porque têm que gastar muito com funcionalismo e
outras despesas de custeio que não podem ser evitadas.
Gostaria de dizer a V. Exa. que sempre que o orçamento vem da
Prefeitura para esta Casa, vêm colocadas as três autarquias, mais a FESC e a
Administração Centralizada, que é o que está escrito na Lei Orgânica, agora não
fazem mais isso. Então, eu estou de acordo com V. Exa. que, no ano que vem, a
lei será mudada e nós ficaremos tranqüilos.
Agora, quanto à aplicação acima do que preceitua a Constituição na
Educação, lamento informar que o Tribunal de Contas diz: 21,2% num ano, 24,7.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Ver. João Dib, estou
tratando da peça orçamentária para o ano 2000.
De outra parte, nós temos um Município absolutamente saneado, ao
contrário da maioria dos municípios brasileiros. Nós vamos ter um pequeno
déficit este ano, em torno de quinze milhões, porque estamos perdendo muitas
receitas.
Não é possível que venhamos fazer aqui a discussão do orçamento sem que
seja de forma contextualizada ou com a visão de que a União - e já falávamos
isso antes - cada vez mais passa compromissos seus para os municípios,
subtraindo os recursos destes, como agora está fazendo na Reforma Tributária.
Esta discussão está casada.
Os municípios brasileiros ou vão dizer que existe Federação ou vão se
submeter a essa lógica adversa, que é contra o cidadão, porque, como eu já
disse, o cidadão mora nos municípios, é aqui que ele tem a sua vida.
Não é possível que esses recursos sejam subtraídos, colocados no
caixa-geral do Governo Federal para que, numa política absolutamente
determinada pelo FMI, venhamos meramente subtrair os recursos dos impostos para
repassar àqueles investidores de capital volátil que o FMI está dizendo, cada
vez mais, que é preciso colocarmos limites nesses aplicadores para os países
pobres.
Então, não é este Vereador que está dizendo. Não é possível que
venhamos a fazer uma discussão do Orçamento Municipal sem termos em conta essa
contextualização .
Porto Alegre tem um modelo revolucionário de organizar a sua peça
orçamentária, e esse é o grande foco da discussão. Alguns Vereadores, como o
Ver. Isaac Ainhorn, entendem que isso tem que estar regulamentado. Nós
entendemos que não, porque esse processo revolucionário é reconhecido hoje
pelos principais organismos internacionais e é, inclusive, assumido por países
do Primeiro Mundo pela sua eficácia e, acima de tudo, pela possibilidade de
fiscalização que permite fazer com que os recursos públicos sejam aplicados nas
suas destinações a que são alocados e não sirvam para fazer clientelismos de
políticos inescrupulosos, que não é o caso da Câmara de Vereadores, mas que é
do perfil e do viés político brasileiro, infelizmente, na sua média.
Quero chamar a atenção: hoje é publicado no Correio do Povo o artigo de
um grande deputado que pertence ao campo conservador, o campo da direita. O
Dep. Jarbas Lima, que é representante do Ministério Público, faz um testemunho,
como já fez Paulo Velhinho, absolutamente eficaz, peremptório, profundo do tipo
de política que estamos aplicando neste País, por determinação do Fundo
Monetário Internacional.
O Dep. Jarbas Lima que, infelizmente, não foi recolocado no Congresso
Nacional, que é membro do Ministério Público, analisa os efeitos da política
neoliberal no sentido da retirada dos recursos dos municípios, na abertura de
fronteiras, na apropriação dos recursos públicos por parte dos países do
primeiro mundo que compõem a nova ordem internacional.
Portanto, inauguramos essa discussão, hoje, na Casa do Orçamento
Municipal de uma Cidade que tem coluna vertebral, de uma Cidade que tem uma
Constituição invejada por todos os municípios deste País. Temos um processo
absolutamente revolucionário de elaborar a peça orçamentária. Um processo que é
reconhecido e por ser reconhecido, por ser eficaz, por realmente colocar
naquilo que é possível a aspiração da população é combatido, hoje, por setores
que não querem, porque têm medo de que essa nova participação popular possa vir
tirar espaço da democracia representativa.
Não pensamos assim, a democracia direta tem seu papel, e o tem
demonstrado nesta Cidade. E a democracia representativa, da qual nos honramos
em participar, nesta Câmara, tem seu papel. Esse é um debate importante, é
preciso que os Vereadores se apropriem da peça orçamentária, discutam, se for o
caso apresentem suas propostas. Mas, nesta Cidade, discutir o Orçamento é uma
coisa séria, importante, é uma coisa que tem a ver com a vida.
Por fim, o grande constitucionalista La Salle coloca sempre que existe a
constituição real e a constituição formal. Esse País tem uma Constituição,
elaborada em 1988, que é a constituição formal, mas o que vemos é que a
constituição real, do poder econômico, daqueles que aplicam capitais voláteis
aqui é a prepondera. Mas, aqui em Porto Alegre, não; aqui, em Porto Alegre,
como dizia Dolores: “não passarão”.Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Renato Guimarães está
com a palavra para discutir.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, é importante destacarmos que neste ano, na Pauta Especial,
discutimos o Orçamento do Município, a partir de um novo paradigma. A partir do
paradigma de que na relação com o Governo do Estado temos um outro projeto em
execução ou, pelo menos, “aquecendo as turbinas”.
Já tivemos um primeiro ano de debates na estrutura estadual do
Orçamento Participativo. Esse debate envolveu em torno de duzentos mil cidadãos
do Estado. Essa proposta orçamentária, que está na Assembléia Legislativa, cujo
debate todos estamos acompanhando, é um debate tenso, mas necessário para a
democracia, no sentido de que a proposta discutida nos mais de quatrocentos e
cinqüenta municípios do Estado, seja respeitada na Assembléia Legislativa.
É bom que se faça a comparação do processo da mudança política que vem
se operando na sociedade brasileira, principalmente aqui no Sul do País; e, em
Porto Alegre, há mais de onze anos, e agora, com esse novo Governo, dando
direção para o Estado com esse processo que envolve mais de duzentos mil cidadãos.
É importante que se fique atento, porque isso terá conseqüências no
Orçamento de Porto Alegre.
Quando estamos discutindo a peça orçamentária do Município, nós estamos
discutindo o que mais de quarenta mil cidadãos de Porto Alegre discutiram e aprovaram
como diretrizes e como indicadores para a Cidade, para a Câmara de Vereadores.
É necessário que se destaque uma questão: os cidadãos da Cidade, que
participaram do processo este ano - fazendo a leitura de que estamos vivendo o
pior momento da sociedade brasileira, aonde milhares de famílias são jogadas à
sorte, são jogadas à total exclusão, ficando fora da possibilidade de entrar
num shopping ou num supermercado para
consumir, podendo, no máximo, passear e olhar as vitrines, mas não tendo
condições de consumo -, os cidadãos desta Cidade, que participaram do processo
do Orçamento Participativo, souberam fazer essa verificação, apontando a
política de assistência social como uma prioridade para o ano 2000, para
enfrentarmos o que é, sem sombra de dúvida, a pior crise sócio-econômica que
este País já viveu. Hoje, pelos dados, são mais de trinta milhões de
brasileiros que estão fora do processo desta sociedade, estão completamente
excluídos, sem ter onde morar, sem ter o que comer, sem ter o que vestir.
A Proposta Orçamentária encaminhada a esta Casa, ela faz essa leitura,
por quê? Porque lá na área da assistência social, no orçamento da FESC, os
recursos são quase que duplicados, de uma relação daquele primeiro momento em
que em Porto Alegre se fez a opção de mudar o sistema assistencial, que tinha
no seu primeiro orçamento seis milhões. Hoje, a proposta orçamentária supera
vinte milhões, fazendo a leitura de que os cidadãos desta Cidade são
solidários, enxergam a miséria que o nosso povo vive. Essa Proposta tem que ser
analisada por nós Vereadores.
Quando se faz debate sobre a questão da Saúde, costumamos dizer que
temos uma proposta nacional em relação ao Orçamento, e o nosso Orçamento está
em 13.63, e é coerente com a nossa proposta, que é uma proposta nacional de
como deve se constituir financiamento da área de Saúde; 30% dos recursos da
securidade social devem financiar o Sistema Único de Saúde; 10% da esfera
municipal e estadual devem ser destinados ao financiamento da proposta de
Saúde. Portanto, não adianta afirmarmos que se resolve só com o Orçamento do
Município um problema complexo, estrutural, que dá sustentação à complexa
política de saúde pública. Sabemos o quanto custa manter uma unidade de saúde
básica. Sabemos o quanto custa manter um sistema de saúde complexo, como um
hospital.
O projeto de financiamento tem que levar em conta essas questões;
portanto, é necessário que enfrentemos a realidade de que, hoje, com a
securidade social não chegamos a gastar 10%, quando é necessário que se gastem
30% para, de fato, atender o financiamento do Sistema Único de Saúde. Estamos
afirmando que Porto Alegre é uma ilha, porque municipalizou, tem SUS
funcionando e recebe 250 milhões anuais. Desde 1996, quando municipalizou, a
tabela não foi reajustada. Com certeza, Porto Alegre assumiu, no passar de cada
ano, mais e mais atividades na área da Saúde. A tabela do SUS continua com
aqueles mesmos valores, mas Porto Alegre, hoje, mesmo recebendo essa tabela,
administra muito bem, diferente de outras capitais. O que está valendo é a
verdadeira calamidade pública no setor da Saúde. É importante que destaquemos
essa realidade. Quando estamos apresentando, em nossa proposta 13,6%, do
Orçamento para a Saúde, é necessário que, na estrutura estadual e federal, a
correspondente proposta de financiamento seja seguida. O nosso governo estadual
apresentou, na Proposta que encaminhou à Assembléia Legislativa, dentro dos
recursos, 10% das receitas líquidas para a Saúde. Agora, queremos cobrar que é
necessário, sim, que na área da securidade social sejam destinados 30%.
Não dá para falarmos que estamos apresentando uma proposta na qual as
receitas não cobrem as despesas, se não levarmos em conta o debate total.
Na Sessão de hoje, o Prefeito veio aqui e mostrou um cenário em que há,
de forma significativa, recuo na arrecadação, há uma concentração de recursos
na União, e sabemos para o que é. No ano passado, foram repassadas remessas
internacionais para pagar a tão dita dívida externa que está, há muito tempo,
paga, onde foram repassados 45 bilhões de reais para pagar os juros da dívida
externa. Neste ano, com um acordo que o Presidente assinou com o FMI, a
previsão é de 88 bilhões de reais para pagar os juros dessa dívida. Então,
quando falamos em concentração de recursos da União, esses recursos têm um
destino que não é o Fundo Nacional de Educação, que não é o Fundo Nacional que
banca o SUS, que não é o Fundo Nacional de Assistência Social que são as
políticas básicas para os cidadãos. Não. É para pagar o City Bank, para pagar
os banqueiros internacionais que vivem chupando o sangue dos brasileiros com
essa chamada dívida externa, que até o Papa já disse que é impagável e que é
uma injustiça o que se está fazendo com a América Latina, cobrando cada ano
mais ainda.
Além disso, essa dívida estamos pagando com as nossas crianças nas
ruas, com as nossas famílias excluídas. Como dizem que teremos um quadro
diferenciado no ano que vem, que faltarão recursos, é porque tem uma situação
que tem que ser vista.
Não podemos dar razão ao Prefeito, quando ele fala desse quadro e,
depois, subirmos à tribuna dizendo que é um absurdo a proposta em apresentar
quinze milhões de diferença negativa. Mas como, se, de fato, estamos
reconhecendo que há um quadro de concentração? Façamos um debate que leve em
consideração esse cenário econômico que está vitimando um conjunto de
Municípios, e o Município de Porto Alegre não é uma ilha. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Juarez
Pinheiro):
O Ver. Elói Guimarães está com a palavra, para discutir a Pauta Especial.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, ainda não tivemos o necessário tempo para fazer uma análise do
desempenho do Orçamento, porque diferentemente das receitas individuais, o
orçamento público procede-se em fixar a despesa e depois ir atrás do recurso
para fazer face a tal despesa. Na economia individual das famílias tem-se a
receita estabelecida nos salários, e com base nela operam-se os dispêndios
necessários, como saúde, alimentação e habitação.
Numa análise um tanto panorâmica, embora haja alguns incrementos na
expansão da despesa, por que a despesa é importante? A despesa pública é
extremamente importante porque ela injeta, na economia, recursos, e nós sabemos
que a União, o Estado e o Município são grandes compradores de serviços, são
grandes consumidores. Então, quando essas instituições, essa grande empresa
adquire, compra, é um fator importante no conjunto da economia, porque faz com
que a economia se desenvolva.
Em uma análise na questão da expansão da despesa, por unidades
administrativas, nós vemos aqui, por exemplo, a Secretaria de Educação. A
Secretaria de Educação teve um comportamento percentual, uma despesa realizada,
no ano de 1998, na ordem de 23,17%, afixada em 1999. É bom que se diga que isso
aqui são previsões porque o ano de 1999 ainda não está fechado, mas são
previsões que merecem toda a credibilidade. Prevê-se que essa despesa fixada, e
ela vem aquém da despesa realizada, cai para 21,57% e a previsão de expansão,
no que corresponde à Secretaria de Educação, é de 22,39%. Evidentemente, essa
expansão pode estar subdimensionada, mas, de qualquer forma, é uma queda na
expansão da despesa. Quando se diz que é uma queda na expansão da despesa,
estamos afirmando. que teremos menos oferta de educação, isso na leitura e no
comportamento do desempenho da despesa por unidade.
O Sr. Renato Guimarães: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Elói Guimarães, quando discutimos hoje o
orçamento específico da área da educação, penso que é importante levar em
consideração um dado. A Secretaria Nacional do Ministério da Educação,
baseando-se em mudanças na LDB, constituiu o chamado piso, e o próprio Fundo
Nacional de Educação começou a ser trabalhado, baseando-se em um repasse que é
por aluno. Nessa mudança de legislação, Porto Alegre tinha um teto per capita por aluno que era em torno de
mil e duzentos reais, e Porto Alegre, só no ano da mudança, perdeu em torno de
sete milhões desse fundo nacional. É interessante saber isso. Na mudança de
1997 para 1998, ela causou uma queda na per
capita/aluno de Porto Alegre, e outros municípios ganharam, porque lançaram
mais alunos na rede e aumentaram a sua per
capita, mas Porto Alegre, que tinha uma boa per capita de um mil e duzentos reais por aluno, por causa da
qualidade de ensino que há na rede, acabou perdendo. Isso na realidade se
reflete, como V. Exa. está analisando e apresentando, nos Orçamentos de 1998,
de 1999 e agora no Orçamento do ano 2000.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sou grato a V. Exa. Fiz esse
destaque para exatamente chamar a atenção para esses aspectos. Evidentemente,
essa é uma análise para a qual temos de ter natural cautela, porque estamos
trabalhando em cima de uma previsão. Quando se estabelece a previsão de 22,39%,
não significa dizer que essa expansão da despesa se concretizará em 22,39%, ela
pode e, na minha opinião, deve ultrapassar esse índice, tendo por orientação,
por informação os dados estatísticos, como via de regra dos orçamentos.
Outro destaque que faço aqui se refere exatamente às áreas essenciais
do Município, e eu a reproduzo aqui na questão da Saúde. Veja V. Exa. que
tivemos uma despesa realizada em 1998, de 14,52%. Isso é fato concreto,
devidamente apurado. É claro que o ano não se concluiu, ainda, estamos a dois
meses da conclusão do ano. Mas nós temos que considerar o dado, porque ele é
trabalhado tecnicamente, estatisticamente. Nós temos uma queda, caímos para
13,70%. E o que isso significa dizer? Guardadas as proporções, no volume
orçamentário, menos a Saúde. E, para o ano 2000, nós cairemos para 13,63%.
Evidentemente que eu não estou, aqui, trazendo a expansão com base nos recursos
que virão, nas transferências do SUS. De qualquer forma, eu diria a V. Exas.
que, num primeiro apanhado, não é o melhor desempenho. Por que não é o melhor
desempenho? A menos que nós tivéssemos uma reversão no processo da saúde do
brasileiro, por exemplo, mas esse dado nós não temos. Os dados que possuímos é
de um agravamento. Infelizmente, por uma série de fatores, até por uma questão de
salário, cresce o índice de falta de saúde da população. Então, são dados que
nós apenas apuramos num primeiro momento para dizer que, nesses dois pontos, o
Orçamento para o ano 2000 não é alvissareiro, absolutamente não, porque não
registra uma expansão na Educação e não registra uma expansão na Saúde.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobre Vereador, eu tinha apenas preocupação que,
talvez, a Prefeitura pudesse explicar. Neste ano de 1999, o SUS transfere para
Porto Alegre duzentos e sessenta milhões de reais. Para o próximo ano, duzentos
e quarenta e cinco milhões. Será porque a Prefeitura está atendendo mal a
Saúde?
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Eu agradeço os apartes. Nós
já estamos com o tempo vencido, mas voltaremos ao debate, evidentemente fazendo
uma análise dentro de um quadro, também, de previsão, porque o Orçamento é uma
previsão, mas podemos trabalhar sem previsões. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. José Valdir está com
a palavra para discutir no período de Pauta Especial.
O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, mais importante do que discutir os números, propriamente, nesta
primeira Sessão de debate do Orçamento, é fazer um debate mais amplo sobre a
questão do Orçamento em uma cidade como Porto Alegre. Os números estão aí em
uma proposta orçamentária para o ano 2000, na Administração Centralizada, com
uma receita de oitocentos e noventa e um milhões, setecentos e sessenta mil,
para uma despesa de novecentos e seis milhões, setecentos e sessenta mil e um
déficit de quinze milhões. Por que digo que neste primeiro embate aqui, na
Câmara, temos que fazer um debate mais amplo? Porque a primeira questão que
temos que nos perguntar é: de onde vêm os recursos que, neste momento,
provavelmente, todas as cidades brasileiras, de pequeno, médio e grande porte,
estão discutindo? A resposta a essa questão nos conduz, diretamente, a uma
discussão sobre a conjuntura em que vivemos, a menos que queiramos fazer o
debate de forma paroquial, de forma completamente simplista. E a outra questão
é: qual é o processo que gera a peça orçamentária, que nos remete à forma como
essa peça orçamentária é feita para chegar até o Legislativo?
Sobre a primeira questão, quero dar continuidade ao debate que
travamos, anteriormente, com a presença do Prefeito. Não há como, hoje, dia 11
de outubro de 1999, não reconhecermos que o País inteiro vive uma economia
extremamente recessiva, uma crise nunca vista na história deste País e que se
abate, especialmente, sobre os municípios que, a partir da Constituinte de 88,
herdaram uma série de encargos oriundos da discussão da municipalização,
especialmente nas áreas sociais. Assim, essa crise recessiva atinge em cheio os
municípios. Não adianta nós ficarmos discutindo se as multinacionais, Ford ou a
GM, vão para a Bahia ou ficarão no Rio Grande do Sul. Nós temos que pegar o
volume de produção industrial, os índices de desemprego deste País e constatar
que vivemos uma crise recessiva das piores.
O que isso tem a ver com os municípios? Tem a ver que essa política
recessiva atinge os municípios de forma indireta, porque a arrecadação dos
municípios se dá em cima da riqueza criada, como em qualquer parte do mundo.
Obviamente, se essa riqueza é criada em menor escala, a arrecadação dos
municípios diminui. Portanto, essa questão atinge, de forma indireta, todos os
municípios brasileiros. E também atinge diretamente, por causa de uma política
deliberada que é a chamada política de minimização do Estado, onde se reduzem os
recursos nas áreas sociais, observando a fórmula do FMI, do Banco Mundial, e de
todas as determinações do centro do capitalismo, que nos leva a uma economia
subdesenvolvida, e o nosso Governo acata isso e faz todos os cortes exatamente
nas áreas sociais, exatamente nas áreas da Saúde, Educação, Assistência, que
foram municipalizadas para que os municípios passassem a geri-las; mas, os
recursos federais deviam ser aportados e acontece o contrário, os municípios
passaram a assumir esses encargos e os cortes em nível federal estão
acontecendo, a cada ano são maiores, afetando, de forma drástica, os
municípios. Esta conjuntura que estamos vivendo no País atinge os municípios de
forma indireta e de forma direta, e agora, se esse projeto de Reforma
Tributária passar no Congresso Nacional da forma como está, vai piorar ainda a
situação dos municípios.
Portanto, quando estamos discutindo aqui a questão do Orçamento 2000 da
Prefeitura de Porto Alegre, esta discussão tem de ser levantada aqui, e isso
não é fugir do tema - como alguns Vereadores costumam dizer - isso é,
exatamente, estar dentro do tema, é fazer um debate sério e profundo da
situação que estamos vivendo, sob pena de nós - Vereadores - prometermos ou
defendermos teses que são infactíveis perante o nosso eleitorado, a população
de Porto Alegre.
Essa é uma questão que quero retomar, porque alguns companheiros
Vereadores já colocaram, e a outra questão que cabe perfeitamente neste debate,
embora possa parecer provocativo, é a forma como a peça orçamentária é feita e
como chega até o Legislativo. Aí não há invenção, só existem duas formas: uma
forma tradicional, que classifico de tecnocrática, sempre havia sido feito
dessa forma em Porto Alegre e em todo o Brasil, que é aquela onde S. Exas., os
técnicos, junto com o Prefeito sentam e propõem um determinado orçamento e
mandam para a Câmara de Vereadores, os Vereadores discutem o orçamento, fazem
algumas negociações - às vezes nem tão negociadas assim -, cortam aqui,
acrescentam ali, atendem - muitas vezes - a algum compromisso eleitoral,
conseguem colocar no orçamento determinados compromissos, veicular no
orçamento, e o orçamento é aprovado na Câmara de Vereadores. Esse é um
processo. O outro processo é o processo participativo, onde o Prefeito consulta
se S. Exas., os técnicos, são imprescindíveis no processo, mas consultam também
S. Exas., as lideranças do povo, através do Orçamento Participativo ou o nome
que quiserem. Através do um processo de participação popular que pode, como
sempre, ser aperfeiçoado e que a peça orçamentária chega à Câmara de
Vereadores, bem claro, com toda a legitimidade, com toda a discussão com a
sociedade, e evita coisas como acontece em São Paulo, por exemplo, onde a
Prefeitura de São Paulo, segundo informações que tenho, consumiu todo o
orçamento da cidade em três ou quatro grandes obras que não vão resolver
problema nenhum e piorou a situação de outros setores. Isso com a participação
popular seria impossível.
Então esta questão, da forma como a gente faz, é fundamental. Vejam que
nós, em Porto Alegre, instituímos o Orçamento Participativo que é superior,
pelo menos, a um dos projetos que está circulando na Casa. Todo o mundo está
escondendo um itenzinho que está lá, que é do Ver. Isaac Ainhorn, um itenzinho
que diz que a população não discute mais cem por cento dos investimentos. Hoje,
em Porto Alegre, a população discute cem por cento dos investimentos. Não
discute aquelas verbas que estão indexadas por lei, como por exemplo, a questão
do funcionário, a questão dos trinta por cento para a Educação, que está na Lei
Orgânica, obviamente, que isso não está em discussão, mas os investimentos são
discutidos cem por cento. Pelo Projeto do Ver. Isaac Ainhorn vai passar a ser
discutido cinqüenta por cento. Os outros cinqüenta, quem sabe, serão destinados
para fazer de novo o orçamento no velho estilo tradicional. Nós temos, também,
este processo de participação popular que é fundamental. Esses números que
chegaram à Câmara de Vereadores não são simples números jogados aí por suas
excelências os técnicos, são números, também, colocados pela participação de
sua excelência, o povo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a
palavra em Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
Sras. Vereadoras, Senhores e Senhoras, eu ouvi, Ver. João Dib,
pacienciosamente, todos os Vereadores falando sobre o Orçamento. Eu não estava
inscrito, portando eu reservei o tempo de Líder para que eu pudesse tocar,
também, neste tema chamado Orçamento. Eu não ouvi, durante toda a discussão,
muito embora tenham participado dela Vereadores que conhecem profundamente o
orçamento da Cidade, eu não ouvi, talvez, uma das questões principais deste
Orçamento. O déficit orçamentário que foi falado pelo Ver. João Dib lá no
início, ele foi muito pouco discutido, este déficit de quinze milhões de reais,
que foi colocado pelo Executivo, e eu coloco que este déficit está ligado ao
que eu chamo de chantagem orçamentária. E por que chantagem orçamentaria? Eu vou
explicar. Quinze milhões de reais, o Prefeito Municipal diz no seu Projeto de
Orçamento, que deverá ser coberto este total ou com as operações financeiras ou
então com a liberação pela Câmara Municipal de recursos que nós vamos aprovar
agora, até o final do ano. E sabem quais são esses recursos, Ver. João Dib, e
aí eu digo que é chantagem orçamentária, estes recursos que nós vamos aprovar
ou que estão aí para serem aprovados, para cobrir este déficit, é exatamente o
aumento do IPTU, aumento dos impostos, e se não aprovarmos o aumento do IPTU,
se não aprovarmos o aumento do imposto predial, territorial e urbano não haverá
possibilidade de cobrir esse déficit.
Ouvi, se não me engano, o Ver. José Valdir, que veio a esta tribuna,
que dizia o seguinte: que agora a peça orçamentaria é real, ela não é mais
fictícia, como já o foi. Ora! Ver. José Valdir, quando nós temos previsões
orçamentárias, quando nós temos previsões de arrecadação e de gastos, eu posso
continuar fazendo ficção e o Governo Municipal continua fazendo ficção. A peça
Orçamentária que aí está, continua sendo uma ficção, porque este déficit que
foi forjado, Ver. João Dib, ele poderia ser de quinze milhões, poderia ser de
cinco, de dez, ele poderia equilibrar, bastava mexer em alguns números e pronto.
Tudo estaria solucionado, para que nós possamos ainda mexer em outro ponto,
discutido, aqui - se não me engano, pelo Ver. José Valdir -, quando ele falava
aqui, sobre o modo como o PT, hoje, faz orçamento na Cidade, que é exatamente
consultando às pessoas. Ora, Ver. José Valdir, nós sabemos, nós sabemos que
hoje, este Orçamento Participativo tal qual como está, ele serve apenas para
enganar a nossa população, ele não serve para fornecer os dados reais para a
nossa população. Tanto é que o Prefeito Municipal esconde esses dados quando
nós pedimos informações e uma dessas informações foi com os gastos com
publicidade para divulgar o Orçamento Participativo.
Quando nós tentamos saber quais eram os reais gastos para divulgar o
Orçamento Participativo, a resposta que nós recebemos do Sr. Prefeito Municipal
é de que não podia nos dar essa informação, que nós não estávamos sendo
específicos. Eu precisei apelar para o Judiciário, precisei entrar com mandato
de segurança. Ganhei. Eu li, daqui, da tribuna o despacho do Juiz da 7ª Vara da
Fazenda Pública, Dr. Gustavo Diefenteller, que deu a segurança necessária para
que nós pudéssemos ter agora aqui, Ver. José Valdir, e talvez V. Exa. também.
Temos aqui conhecimento dos dados com relação a esta divulgação do Orçamento Participativo
colocados nos horários mais nobres das principais emissoras de rádio e
televisão. E que este dinheiro que está sendo direcionado para esta divulgação,
talvez esteja faltando lá para o esgoto, esteja faltando lá para algumas obras
prioritárias para a nossa população. Então, olha, que bom que nós começamos
agora discutir o Orçamento, mas nós precisamos, Ver. Elói Guimarães, e eu ouvia
V. Exa. aqui da tribuna com muita atenção, precisamos realmente nos aprofundar
neste estudo da peça orçamentária, porque em Porto Alegre, nos últimos tempos,
a população tem sido enganada, tem sido ludibriada e cabe a nós, Vereadores de
oposição, chamarmos a atenção da população para os dados que são manipulados.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está
com a palavra em Comunicação de Líder.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu não sei se foi por minha condição de ex-Presidente do Sindicato
dos Radialistas, fundador, mas recebi um ofício do Sindicato que passo a ler:
“O Sindicato dos Radialistas do Rio Grande do Sul sempre apoiou o Governo
Olívio Dutra em todos os momentos. Acompanhamos, em nosso dia-a-dia, o
bombardeio da imprensa conservadora a este Governo eleito e legitimado pela
maioria do povo gaúcho. Em todos os episódios em que as forças conservadoras e
até mesmo retrógradas tentam minar as iniciativas progressistas da Frente
Popular, nosso Sindicato, sem titubear, posiciona-se em prol do governo
Democrático e Popular. Por isso, é com profundo pesar que lamentamos as
atitudes da direção da Fundação Piratini - TVE/FM Cultura para com os seus
trabalhadores. Nosso Sindicato tem o dever de alertá-los do que lá ocorre, além
de informar-lhes que a nossa entidade, representante desses trabalhadores, está
tomando medidas cabíveis para assegurar os direitos desses assalariados. Hoje,
27 trabalhadores, com mais de dez anos de casa cada um, correm o risco de serem
demitidos sem direito à rescisão contratual. A direção da Fundação, respaldada
pela Secretaria da Fazenda, nega-se a cumprir o acordo coletivo da nossa
categoria. Vícios de gestões anteriores não foram corrigidos até agora, tais
como desvios de funções e desrespeito à Lei do Radialista, estagiários ocupando
vagas de profissionais, cargos de confiança sem habilitação ocupando funções de
profissionais. Enfim, é um rol de irregularidades cuja solução tentamos
encontrar com a direção da Fundação, porém em vão. É mister dizer que os
trabalhadores estão inconformados com tal situação, pois a ampla maioria
sustentou politicamente a Frente Democrática e Popular. No próximo dia 13 de
outubro, quarta-feira, às 13 horas, estaremos em assembléia geral dentro da TVE
para discutir quais rumos iremos seguir. Sabemos que o momento é difícil para
todos, mas é imprescindível que um governo eleito, especialmente pelo voto
popular, garanta ao menos os direitos de quem pela luta os conquistou.
Saudações sindicais. A Direção do Sindicato”.
Abstenho-me de comentários, apenas li o Ofício que recebi, talvez como
ex-Presidente da entidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com
apartes)
1ª SESSÃO
PROC. 2916/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
160/99, de
autoria do Ver. Gilberto Batista, que denomina Rua Fernando Chaves Kroeff um
logradouro público localizado no Bairro Sarandi.
PROC. 3007/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
166/99, de
autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que altera dispositivos da Lei nº 8279,
de 20 de janeiro de 1999, que disciplina o uso do Mobiliário Urbano e Veículos
Publicitários no Município e dá outras providências.
PROC. 3012/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
167/99, de
autoria do Ver. Elói Guimarães, que dispõe sobre alteração de local de monumentos
e estátuas com significação histórica ou simbólica.
PROC. 3046/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
171/99, de
autoria do Ver. Fernando Záchia, que concede o título honorífico de Cidadão de
Porto Alegre ao Senhor João Havelange.
2ª SESSÃO
PROC. 3018/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
169/99, de
autoria do Ver. Elói Guimarães, que autoriza o Executivo Municipal a erigir
busto em homenagem a Jayme Caetano Braun.
PROC. 3077/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
029/99, que
institui Área Especial de Interesse
Social na categoria de AEIS III, na UTSI 61 – UTF 09 do 1º PDDU, para
regularização do loteamento clandestino conhecido como Jardim Franciscano,
localizado na Estrada João de Oliveira
Remião nº 4100.
3ª SESSÃO
PROC. 3034/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
170/99, de
autoria do Ver. João Bosco Vaz, que denomina Humberto Dahmer Hocsman as quadras
esportivas externas do Ginásio Tesourinha.
PROC. 2857/99 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
LEGISLATIVO Nº 014/99, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que dispõe sobre implantação e
funcionamento de presídios e demais prédios e instalações vinculados ao sistema
penitenciário e prisional do Estado.
PROC. 2925/99 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº
005/99, de
autoria da Verª Clênia Maranhão, que altera a redação do inciso II do parágrafo
único do art. 230; modifica o art. 231 do Título V, bem como o art. 1º do Ato
das Disposições Orgânicas Gerais e Transitórias da Lei Orgânica do Município de
Porto Alegre. (título de domínio/concessão de direito real de uso)
PROC. 3014/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
168/99, de
autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Padre Gregório de Nadal um
logradouro público localizado no Bairro Rubem Berta.
PROC. 2661/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
132/98, de
autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que altera o art. 1º da Lei nº 6979, de 20 de
dezembro de 1991, estendendo a denominação Rua Mário Tavares de Souza ao
logradouro irregular conhecido como Rua “P”, na Vila Triângulo I, Bairro
Agronomia.
PROC. 1667/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
060/99, de
autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia,
que dispõe sobre a obrigatoriedade de cadastro único para as operadoras
de telefonia celular no Município de Porto Alegre e dá outras providências.
PROC. 2796/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
147/99, de
autoria do Ver. Gilberto Batista, que dispõe sobre a cobrança do IPTU comercial
para profissionais liberais e pequenos comerciantes.
PROC. 2900/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
157/99, de
autoria do Ver. João Bosco Vaz, que denomina Praça da Juventude Thiago de
Moraes Gonzaga um logradouro público localizado no Bairro Medianeira.
PROC. 2923/99 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
LEGISLATIVO Nº 015/99, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que dispõe sobre a adoção de
estabelecimentos de saúde e dá outras providências.
PROC. 2927/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
161/99, de
autoria da Verª Tereza Franco, que concede o título honorífico de Cidadão de
Porto Alegre ao biólogo Francisco Mauro Salzano.
PROC. 2965/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
163/99, de
autoria do Ver. Nereu D’Ávila, que denomina Rua Dr. Ruy Félix Teixeira um
logradouro público localizado no Bairro Sarandi.
PROC. 2976/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
164/99, de
autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Instituto São Francisco um
logradouro irregular localizado no Bairro Rubem Berta.
PROC. 2993/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
165/99, de
autoria do Ver. João Bosco Vaz, que denomina Complexo Esportivo Professor
Gilberto Tim as quadras esportivas situadas no Parque Marinha do Brasil, exceto
o campo de futebol e a pista atlética.
PROC. 2803/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
148/99, de
autoria do Ver. Artur Zanella, que institui concurso para escolha do Hino de
Porto Alegre.
PROC. 2934/99 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 052/99, de autoria do Ver. Antonio
Hohlfeldt, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre
ao Senhor Renato Tadeu Seghesio.
4ª SESSÃO
PROC. 2895/99 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 050/99, de autoria do Ver. João Dib, que modifica o § 2º do art. 188 da Resolução nº 1178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores ( Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre).
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, é impressionante a fúria legiferante desta Casa. É difícil
acompanhar tudo o que aqui ocorre. Vou fazer uma passagem por algum dos
Projetos que me impressionam aqui.
O Ver. Carlos Alberto Garcia tem um Projeto que disciplina o Uso do
Mobiliário Urbano e Veículos Publicitários no Município. O nome é complicado,
mas é a propaganda ao ar livre. Enquanto S. Exa. tenta fazer uma alteração na
Lei existente, que foi sancionada este ano, o Município ainda não cumpriu o que
determina a Lei aprovada, que é a instalação de um Conselho para poder
acompanhar esse Mobiliário Urbano falado pelo Ver. Carlos Alberto Garcia. A
Comissão de Proteção à Paisagem do Município até hoje não foi instalada.
O Ver. Elói Guimarães dispõe sobre “alteração de local de monumentos e
estátuas com significação histórica ou simbólica”. É inteligente o Ver. Elói
Guimarães, muito inteligente. Deseja fazer com que a estátua do Laçador não
saia do lugar. A idéia é boa, tem que ser analisada, mas se dissermos que “são
insuscetíveis de alteração de local monumentos e estátuas com significação
histórica”, de repente estaríamos “marcando um gol contra”, porque há algumas
que precisam ser mudadas, e a própria população está a exigir. No Parque
Farroupilha, por exemplo, está colocada uma estátua - há poucos dias os jornais
mostravam - que ninguém vê, e é importante para a comunicação, para a cultura
de todos nós, que ela seja mostrada. Precisam ser retiradas de determinado
local para um local melhor. Entendi a colocação do Ver. Elói Guimarães, é
correta, porque muita gente da população não deseja retirar o Laçador do local
que se encontra. Talvez fosse o caso de se elevar mais a estátua, assim como eu
gostaria que fosse elevada a estátua do Dr. José Loureiro da Silva, que estava
muito bem colocada quando ali foi colocada, mas aí se fez o aeromóvel e ela
fica um tanto quanto oculta. Teríamos que movimentá-la, sem dúvida nenhuma,
para colocar numa posição de maior destaque a estátua daquele que foi o maior
Prefeito que esta Cidade já teve. O Sr. Celito de Grandi está fazendo um livro
que deve denominar de “O Prefeito do Século”, mas a história de Prefeitos de
Porto Alegre tem cento e sete anos, começou em 1892. Sem dúvida nenhuma, o
melhor deles foi Loureiro da Silva, e a sua estátua precisa ser destacada,
talvez até remanejada.
O Ver. Gilberto Batista faz uma proposição sobre “IPTU comercial para
profissionais liberais e pequenos comerciantes”. É muito inteligente a
colocação que ele faz, porque se tenho parte da minha residência ou do meu
apartamento utilizada como fonte de referência para o negócio que exerço, e não
todo o prédio, não há por que pagar alíquota comercial para todo o prédio. Ele
quer separar, mas ainda que a Procuradoria diga que isso pode ser feito, o
Prefeito vai vetar, com toda certeza, porque é uma iniciativa que só cabe ao
Prefeito de Porto Alegre.
O Ver. Artur Zanella assumiu aqui um dia e mostrou a sua inconformidade
com o Hino de Porto Alegre que foi oficializado no dia 24 de julho de 1984,
quando Porto Alegre comemorou mais um aniversário como Capital. Naquele dia -
não por ser meu aniversário, é claro; por coincidência, o aniversário de Porto
Alegre e o meu são no mesmo dia -, oficializava-se o Hino de Porto Alegre. Ele,
aqui, está tentando fazer um novo Hino de Porto Alegre com um concurso público.
Ele pode pensar em fazer um Hino de Porto Alegre, um concurso público geraria
despesa e é vedado fazer qualquer gasto.
O Sr. Elói Guimarães: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) V. Exa. tocou na iniciativa do Ver. Artur Zanella, e
lembro que discutimos, se não me falha a memória, no ano passado, uma
iniciativa de V. Exa.
Gostaria, nesse aparte, de sugerir a V. Exa. que entrasse com um
Substitutivo ou Emenda, já que há uma iniciativa. Há um dobrado em Porto Alegre
historicamente tocado. Essa é a sugestão que eu faço a V. Exa.
O SR. JOÃO DIB: Sou grato ao aparte de V.
Exa. e com ele encerro. Saúde e paz.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cyro Martini está com
a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, em Pauta há dois Projetos que tratam de matéria que diz respeito ao
futebol. Há um projeto, cuja proposta é do Ver. Fernando Záchia, pelo qual ele
propõe que se conceda o Título de Cidadão de Porto Alegre, ao Sr. João
Havelange. E há outro Projeto em Pauta que trata de uma personalidade
estreitamente ligada ao futebol, gaúcho especialmente, proposto pelo Ver. João
Bosco Vaz, pelo qual busca denominar o complexo esportivo, as quadras
esportivas situadas no Parque Marinha do Brasil, dar o nome, homenageando o
Prof. Gilberto Tim. São duas figuras ilustres: uma mundialmente, outra
nacionalmente. Correspondem à importância que damos ao chamado futebol de campo.
Para os porto-alegrenses nas cercanias da terceira idade, o futebol
sempre foi alguma coisa de extrema importância, de um valor sacratíssimo,
futebol de várzea e o futebol nem tão profissional antes, hoje extremamente
profissionalizado.
Isso nos chama a atenção para dois aspectos que considero pertinentes
serem aqui levantados: um deles diz respeito à importância pedagógica do
futebol; o outro, ao próprio futebol.
Numa outra oportunidade, eu observei - acho que já percorreu Pauta ou
já está na Ordem do Dia - uma proposta da Vera. Tereza Franco sobre a inclusão
do canto no currículo escolar.
Isso vai nos trazendo a lembrança de um passado, que não é tão
distante, onde havia a presença da música, do futebol, das atividades
extra-classes, e o valor dessas atividades que hoje não vemos nas escolas e
sabemos o quanto colaboraram para a boa formação.
Quando se fala em educação, seja no trânsito ou em qualquer área do
ensino, não falamos em informação, em primeiro lugar, falamos sobretudo em
formação, e para nós alcançarmos resultados dentro deste contexto de formação
do caráter e da personalidade, a metodologia deve ser oportuna, adequada, não
através de lições de matemática, memorização de um teorema, ou da leitura das
passagens históricas. Até que a História tem exemplos que servem para
configurar, para trazer para o presente e dar uma compactação para a
personalidade do aluno, do formando. Mas não é através da instrução teórica, da
informação que se alcançam resultados, e sim, através da prática, de
metodologias, técnicas, através de procedimentos pedagógicos e didáticos
adequados. Isso no trânsito ou em qualquer área. E o futebol colaborou para
isto, em outros tempos, sobremaneira.
Destacada a importância do futebol, ficamos lembrando que as escolas
que, hoje, não têm mais nenhum espaço, praticamente, poderiam realizar alguma
coisa em matéria de educação física. E dentro deste contexto, o futebol deveria
estar contemplado, porque é um esporte importantíssimo para nós. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O próximo inscrito em Pauta
é este Vereador, que desiste. Com a palavra o Ver. Renato Guimarães, para
discutir a Pauta.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, é importante fazer o registro de alguns Projetos que estão em
Pauta. Um deles me chama a atenção, é um Projeto de Lei Complementar que versa
sobre a implantação e funcionamento de presídios e demais instalações
vinculadas ao sistema penitenciário e prisional.
Por que chamo a atenção dos meus nobres Pares para esse debate? O
Ministro da Justiça e o Secretário de Segurança Pública do Estado levantaram o
assunto sobre um debate; sobre o que, de fato, está por trás de uma concepção
de que fazemos segurança pública, de que atendemos nessa área apenas
construindo presídios. Isso trouxe à sociedade um debate que está escondido,
trancado dentro das selas de cadeias de delegacias, de presídios e de quartéis,
que é o debate de cidadãos, que cometeram erros, que estão pagando por esses
erros, mas continuam dentro dos presídios, mesmo já tendo os seus direitos
indicando que já poderiam estar cumprindo uma pena de semiliberdade. Enquanto
isso, a Polícia do Rio Grande do Sul tem uma lista de mais de seis mil
solicitações de prisão de pessoas que, na análise do crime, deveriam estar
detidas.
É importante fazer esse
registro, porque se há uma visão de que estamos resolvendo tudo, ampliando cada
vez mais a quantidade de presídios e não resolvendo as chamadas “caixas pretas”
existentes, que são os serviços penitenciários que hoje estão funcionando e que
foram pensados não como uma instituição para reconduzir esse cidadão que
cometeu o erro à sociedade novamente, mas foram pensados como depósitos de
seres humanos, que, na grande maioria, mostraram que não reeducam, que não
reinserem esses cidadãos na sociedade. Pelo contrário, fazem com que esse ser
humano se afunde mais ainda nos pensamentos ligados à continuidade dos seus
erros, porque essas casas, do jeito que foram construídas, da maneira como
foram inchadas, não propiciaram isso.
Temos, no Presídio Central, construído para uma capacidade de 600 a 700
presos, com quase 3.000 mil presos. É uma bomba-relógio na Cidade de Porto
Alegre. Os demais presídios deste Estado e do País, na mesma situação. E,
quando o Ministro da Justiça e o Secretário Paulo Bisol dizem que é necessário
repensar o sistema penitenciário brasileiro, setores conservadores deste País e
deste Estado dizem “não, o caminho não é por aí, o caminho não é pela
prevenção, não é pela possibilidade de recuperar esse cidadão, o caminho é
construir cada vez muros mais altos”. Atrás dessa proposta diz que sistemas de
abrigos, casa para apenados - que estão em regime semi-aberto - não podem ser
construídas a menos de mil metros de ensino, na área de assistência social. Aí,
a grande pergunta que eu faço é a seguinte: queremos revolucionar esse sistema
penitenciário que está aí, se nós queremos, nós não temos que fazer um debate
sobre um outro modelo? Um modelo de albergue, um modelo de casas para apenados
que estejam em regime semi-aberto.
Penso que esse é um desafio e é importante que assumamos o debate desse
Projeto aqui, porque por trás dessa visão tem uma visão conservadora que não
trata de recuperar o cidadão que cometeu um erro e, sim, de afastá-lo do
convívio da sociedade. E aí, sim, se fazem necessárias as cercas elétricas em
torno das nossas casas, porque vamos chegar a um ponto em que não conseguiremos
mais viver em paz, porque toda a sociedade estará excluída e vai estar batendo
à nossa porta. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Solicitamos ao 1º Secretário
que proceda a leitura da Emenda de autoria do Ver. Paulo Brum ao PLE nº 30/99,
Processo nº 3135/99.
O SR. SECRETÁRIO: (Lê a Emenda.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está
com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, estamos trazendo um Projeto à Casa que queremos vê-lo basicamente,
Ver. Giovani Gregol, discutido, pois insere uma concepção que temos de ver o
mundo.
São insuscetíveis de alteração de local os monumentos e estátuas com
significação histórica ou simbolize épocas ou valores humanos. Não é qualquer
monumento, o Projeto traz essas características de simbolizar a história,
valores humanos. Temos sempre presente a figura fundamental para o
desenvolvimento da ecologia, e eu até diria, no país e no mundo, do Carlos
Dairrel, que, num determinado momento, defendeu o monumento ecológico, que é a
árvore na frente da Faculdade de Direito da Universidade do Rio Grande do Sul.
Talvez o grito ecológico mais significativo da América. A notícia ganhou o
mundo. Achamos que determinados monumentos são intocáveis, porque acreditamos,
inclusive, nos urbanistas e planejadores, sendo até uma concepção ideológica.
Muitas vezes o planejador projeta a sua obra e não busca as realidades.
Queremos que o planejador, ao projetar, primeiro vá buscar na realidade todo o
conjunto de fatores que envolvem a fotografia histórica da Cidade. O planejador
tem que respeitar a imagem geográfico-histórica da Cidade, sob pena de
destruirmos valores. A Cidade, para mim, é um ser vivo da qual temos uma imagem
que é para todo o sempre. Entendo que a Ecologia, a Cultura, a História não têm
medo do progresso e são compatíveis com ele. Ao projetarmos o desenvolvimento
da Cidade, os seus fulcros, as suas circulações, enfim, todo o processo urbano,
temos que, primeiro, buscar lá na realidade, na geografia, na fotografia os
elementos para depois, diante deles, projetar a obra a ser realizada.
Evidentemente que colocamos no projeto de forma geral, mas ele termina
afunilando e cai exatamente num símbolo desta Cidade, que é o Laçador. Existem
aí, uma série de projetos e informações desencontradas, muitas delas não sei
até que ponto, mas comenta-se na possibilidade de alteração da estátua do
Laçador.
É uma discussão que nós devemos retomar, é uma situação que devemos
discutir, porque entendo que deverá ser buscado todos os meios e formas no
sentido de preservarmos a história viva da Cidade, que se expressa no sua
ecologia, nos seus monumentos, na sua própria natureza. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maristela Maffei
está com a palavra. Desiste. O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra
para discutir.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA:
Sr. Presidente
e Srs. Vereadores, está tramitando Projeto de Lei de nossa autoria que altera
dispositivo da Lei nº 8279, de 20 de janeiro deste ano, que disciplina o uso de
mobiliário urbano e de veículos publicitários do Município de Porto Alegre e dá
outras providências. No ano passado, ele foi bastante discutido nesta Casa e
foi o último Projeto a ser aprovado no ano de 1998, que teve como autor o hoje
Secretário de Planejamento, Ver. Clovis Ilgenfritz. Estamos propondo uma
alteração no Artigo 10, incluindo painel artístico, determinando e dizendo o
que é painel artístico: “São painéis afixados sobre empenas cegas de
edificações com área total limitada à superfície da empena, e painel e empena
cega luminoso ou iluminado, confeccionado em material apropriado destinado à
vinculação de anúncio com área de até 60% da área total de empena cega.” No
nosso entendimento, isso vem fazer com que Porto Alegre entre na modernidade,
juntamente com outras capitais, em nível mundial. Isso já existe na Cidade de
São Paulo, e nos grandes países da Europa esse tipo de painel artístico e
painel de empena cega é bastante difundido, ou seja, são as paredes laterais
dos edifícios que poderão, a partir de agora, conter obras artísticas, e essa é
a proposição. Dessas obras artísticas, apenas 20% é destinado para material
publicitário, e as demais que não forem obras artísticas poderão utilizar
apenas 60% dessa área. Entendemos que esse fato vai dar uma nova dimensão à
Cidade de Porto Alegre, quanto ao espaço publicitário, já que hoje sabemos que
isso vai diminuir muito a poluição, porque todas as cidades têm focos de
diversos tipos de painéis publicitários. Essa é uma nova visão que vai trazer a
modernidade para a nossa Cidade. Está previsto no Projeto que artistas da nossa
Cidade poderão se inscrever para ocupar esses espaços. Temos a certeza de que,
em breve, em nossa Cidade, teremos obras compiladas, tais como as de Van Gogh e
demais artistas que tanto encantaram e encantam o mundo artístico. Esse é um
Projeto bem simples, e temos certeza de que ele tem a ousadia de modificar a
Cidade como um todo. Além disso, os edifícios, através de seus condomínios,
terão uma vantagem, porque com a exploração desses locais, terão uma
conservação, um cuidado maior, porque, ao ceder esse espaço, também está
previsto em seus contratos de locação um cuidado com os seus prédios.
Estamos ainda em um processo de primeira Pauta deste Projeto. Pedimos
que os senhores e as senhoras leiam o Projeto e verifiquem. Trata-se de trazer
modernidade para a nossa Cidade, o que já existe nos grandes países, em nível
mundial. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerramos o período de
Pauta.
O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para uma Comunicação de
Líder.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, neste tempo de Liderança do PSDB, eu quero retomar um assunto que,
há semanas, eu havia enfocado em torno do Departamento Municipal de Água e
Esgoto do DMAE.
Eu havia trazido dois temas envolvendo o DMAE. O primeiro deles se refere
ao assunto sobre o técnico-químico responsável pelo trabalho do DMAE na Cidade
de Porto Alegre, e o segundo assunto se refere à questão do acordo, do encontro
de contas, proporcionado entre o Governo do Estado e o Município, onde o DMAE
teria participado com uma anistia em torno de vinte e dois milhões de reais em
relação a débitos do Estado do Rio Grande do Sul para com o Órgão Municipal.
Eu quero dizer que, há dias atrás, estive conversando com o Diretor do
DMAE, e a Direção do DMAE, com absoluta clareza, me disse, Ver. João Dib, que
insiste na visão de que não necessita ter especificamente um químico como
responsável pelo Órgão. E vem, portanto, mantendo uma disputa, inclusive
jurídica, com o Conselho Regional e, agora, com o Conselho Nacional de Químicos.
O Diretor do DMAE me mostrou todo o processo, toda a documentação, e, entendo
eu, está encaminhado, ficaremos aguardando a solução.
Eu, particularmente, mantenho a minha preocupação em relação à posição
do Conselho Regional de Química, porque a legislação do DMAE também tem esta
indicação, a legislação municipal também faz esta indicação, quer dizer,
espera-se que sejam químicos os responsáveis e não farmacêuticos. De toda
maneira, há uma disputa e o nosso pronunciamento, aqui, não tem nenhum interesse
corporativo por uma ou por outra área profissional.
O segundo caso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu faço questão de
registrar, porque a Direção do DMAE, com muita humildade, reconheceu que a
denúncia trazida por nós, aqui nesta Casa, é absolutamente procedente.
O Diretor do DMAE concedeu que houve o acerto de contas, mas que, até
hoje, Ver. Lauro Hagemann, não se legalizou esse acerto de contas. Ou seja, há
três exercícios, no mínimo, o DMAE continua mantendo nos seus registros
contábeis a dívida de vinte milhões de reais. E o Dr. Dutra me dizia que até
agradecia a denúncia trazida a esta Casa, por mim, porque, para ele, seria uma
pressão a mais sobre a Administração Centralizada - leia-se: Secretaria da
Fazenda do Município -, no sentido de que a Secretaria da Fazenda se acerte com
o DMAE, porque o DMAE perdeu o dinheiro e, até hoje, não viu nenhum
ressarcimento, nenhuma compensação.
A reivindicação do DMAE é muito simples, o Ver. João Dib deve conhecer
esta situação, pois, nem a sede central do DMAE, aquela da Moinhos de Vento,
onde, normalmente, vamos para conversar com a Direção, nem aquela sede é
propriedade do DMAE. Na verdade, é um próprio da Prefeitura Municipal de Porto
Alegre ocupado pelo DMAE. Há outros próprios municipais que são ocupados ou que
o DMAE gostaria de poder vir a ocupar, por exemplo, na Zona Sul, uma área que
estava sendo ocupada até há pouco pelo DMLU e que deixou de ser ocupada por
esse órgão.
O DMAE precisa ampliar a sua área de atuação, precisa fazer obras,
gostaria de poder assumir a propriedade desta área, e isto poderia ser feito,
portanto, no encontro de contas, agora, entre o DMAE e a Centralizada, mas,
curiosamente, a Secretaria da Fazenda vem resistindo a este encontro.
Acertou-se com o Estado, usou o dinheiro do DMAE e agora, não quer ressarci-lo.
Estou fazendo este registro, Ver. Elói Guimarães, porque, muitas vezes,
parece que a oposição vem aqui, faz a denuncia e isso não tem conseqüência. Ao
contrário, esta não apenas tem conseqüência como está sendo confirmada pela
Direção do DMAE, ao contrário do que disse aqui o Ver. Guilherme Barbosa. Ele
nos impingiu uma ata de três anos atrás, quando, na verdade, o acerto é de
outro momento. O acerto, de fato, confirmava a Direção do DMAE, não foi
apresentado ao Conselho Deliberativo do DMAE. Obviamente, também não veio na
forma de lei a esta Casa, até porque, até hoje, não houve um acerto interno na
Administração.
Faço este registro para dizer que saí muito satisfeito do encontro com
a Direção do DMAE, porque confirma a seriedade do trabalho que estamos fazendo
e, eu diria também, confirma também a seriedade da Direção do DMAE. O DMAE
precisa resolver este problema, porque ele está irregular. Até comentei com o
Dr. Dutra que, qualquer dia, o Tribunal de Contas vai multá-los, por culpa da
Secretaria Municipal da Fazenda. Terceiro e último registro sobre o DMAE são as
obras da Zona Norte. Mas deixo este registro para outra ocasião, porque também
aí estamos com alguns probleminhas no Jardim Itu-Sabará, pois obras realizadas
lá pelo DMAE, conforme havia alertado à Direção nessa mesma visita, acabaram
gerando problemas entre os moradores, felizmente já com a interveniência do
DMAE, depois da minha denúncia, mas foi necessário esperar que houvesse a
denúncia para que, depois, se tomassem as providências.
Então, fica aqui o registro, sobretudo, o meu respeito à Direção do
DMAE. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a
palavra em Comunicação de Líder pelo PPB.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, eu disse que a discussão do Orçamento é uma discussão muito árida,
porque temos que pegar números e sobre eles discutir. Números são muito
difíceis de acompanhar, a não ser que eu faça uma discussão do Orçamento
Municipal culpando só o Governo Federal, porque agora não é mais o Governo
Estadual, pois não há como, é tudo igual, então, só culpando o Governo Federal,
esquecendo a incompetência, fica muito fácil de se fazer uma discussão
orçamentária.
Voltei a esta tribuna, porque o Ver. Luiz Braz, com o brilhantismo que
o caracteriza, trouxe uma preocupação para o povo de Porto Alegre e é preciso
que ela seja imediatamente retirada.
O Orçamento deficitário apresentado pela Prefeitura Municipal é
realmente de brincadeira. Se o Ver. Adeli Sell quiser me pagar um chapéu outra
vez, já que não me pagou o primeiro, eu vou dizer que só no ICMS a Prefeitura
retira os quinze milhões e mais alguma coisa. Agora, realmente, o Orçamento que
a Prefeitura apresenta é muito estranho. Tem receitas de capital para este ano
na ordem de oitenta e um milhões de reais. Até agosto ela tinha realizado
quatorze milhões de reais e todos os anos ela faz a mesma coisa; isso é para
manobrar o Orçamento.
Há pouco, quando o Prefeito entregou aqui as suas contas eu alertei o
Secretário de que, em 98, tinha ocorrido esse fato. Ele, então, brilhantemente
e com muito entusiasmo, me disse que 98 foi um ano atípico, que não foi
possível fazer empréstimos, porque o Governo proibiu. O que vale para 99
também. Disse a ele que me contentava se ele me explicasse 97, 95, pois todos
os anos fazem a mesma coisa.
Então, não há perigo de déficit orçamentário, na execução do Orçamento
vai sobrar dinheiro de todos os lados. Agora, quando o Prefeito fez a entrega
da proposta orçamentária, eu, prontamente, acompanhando tudo, disse: “As nuvens
sombrias que propunham aumento de IPTU desapareceram”, ninguém falou nada e na
saída o Sr. Prefeito tentou-me dizer que poderia acontecer. No dia seguinte,
perguntei aqui se havia entrado, na forma da Lei de Diretrizes Orçamentárias,
art. 17, um projeto de alteração tributária especificamente sobre IPTU. Foi-me
informado que sim, pensei: “Puxa, equivoquei-me”, mas mandei buscar cópia do
projeto que entrou e não tem nada disso. Não tem aumento de IPTU neste ano,
não. Pode até haver redução de IPTU para alguns casos excepcionais, que é a
única coisa prevista no projeto que o Prefeito trouxe, assinado por ele. Trouxe
no dia 30 de setembro, conforme determina a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Diz: (Lê.) “O valor venal do imóvel para fins de IPTU poderá ser reduzido
quando for constatado que se encontra acima do valor de mercado, através de
laudo de avaliação elaborado por técnico habilitado, integrante do quadro
funcional de provimento efetivo do Município.” Então, não tem aumento de IPTU,
não tem alteração da planta de valores, a planta de valores acompanhou, como
documento, a proposta orçamentária para toda a Prefeitura. Ver. Luiz Braz, pode
tranqüilizar toda a população: não há como encaminhar a esta Casa nenhuma
proposta de aumento de IPTU. Ainda que alguns possam tentar tomar tal
iniciativa, como ocorreu há dois anos, e eu dizia: “A lei é clara: não pode.”.
Levaram até o dia 29 de dezembro tentando - há dois anos - aumentar o IPTU, mas
eu penso que a Comissão de Justiça e a Comissão de Finanças não permitirão que
isso venha a ocorrer, porque agora está claro, preciso, conciso e foi alertado
no dia em que o Prefeito fez a entrega da proposta, e ele ainda teria horas
para encaminhar e não encaminhou, e no dia seguinte eu pedi cópia do processo
que entrou nesta Casa e não há aumento de IPTU. Não vai haver aumento de IPTU,
a população que se tranqüilize. Muito obrigado. Saúde e paz!
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra para uma Comunicação de Líder pela Bancada do PFL.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu tenho dito com muita freqüência, diante de algumas indagações
que me fazem, em termos de definição de alguns atos por nós praticados no
exercício do mandato, que eu me considero um liberal de resultado. Esta
história de ter muita doutrina e não ter resultado prático é alguma coisa que
no meu entendimento não chega a me realizar enquanto ser pensante que atua na
vida pública, menos preocupado com grandes equações filosóficas e muito mais
preocupado com a realidade, com o terra-terra, com o dia-a-dia.
O Ver. José Valdir, que me honra com a sua audiência, vai-me
compreender no que eu pretendo nesta Comunicação de Líder externar. Vai-me compreender,
porque é um homem que tem vasta vivência na periferia da Cidade, onde as
cobranças são objetivas. Algumas filigranas jurídicas que nós, necessariamente,
para resguardar o estado de direito temos que nos submeter, transita com grande
dificuldade na área popular. Dou um exemplo, absolutamente, elucidativo: em
todo o bairro Restinga o pessoal não entende, Ver. Eliseu Sabino, como é que
nós aqui aprovamos um projeto de lei, com o apoio do Ver. José Valdir, que
autorizava a Prefeitura Municipal de Porto Alegre a licenciar pontos, licenças
para exploração do serviço de lotação na Restinga e no Parque dos Mayas. O
pessoal, lá na Restinga, não entende como é que tendo sido aprovado, por esta
Casa, esse Projeto e, posteriormente, vetado pelo Prefeito Municipal, o que fez
com que a Casa, mais uma vez, reafirmasse a sua posição, aprovando, derrubando
o veto, a pessoa não entende como é que tendo naquela Lei a obrigação do
Município de fazer determinadas tarefas mínimas - e a primeira delas era
estabelecer o itinerário a ser percorrido por essas vias de lotação, em cima do
qual ele poderia abrir a competente licitação que tem que ser aberta a teor do
que estabelece a Constituição Federal, vigente neste País -, o pessoal não
entende por que cargas d’água este
fato que não é questionado também fica em albis,
não acontece nada nesse sentido. Então a cobrança nos é feita com intensidade e
nós temos que responder que nós estamos nos frustando como Legislador, porque
fizemos uma lei que o Executivo busca torná-la inócua. E que nós vamos, menos
no sentido de preservar a nossa capacidade individual, mas muito mais de
preservar a capacidade deste Legislativo, buscar medidas concretas que façam
com que este Legislativo, como qualquer outro, tenha o respeito, porque se existe
algum vício na lei que não possa ser sanado, esse vício tem que ser declarado
por quem de direito.
Enquanto não é alegado nada com relação a esse fato, e até hoje não o
foi, há uma conformação com a decisão do Legislativo que derrubou o Veto do Sr.
Prefeito Municipal, então, existe uma lei e essa Lei não é questionada, tem que
ser executada, por que não o é? É uma indagação que me fazem, e que estou
transferindo esta indagação a quem de direito.
Aliás, na Restinga, neste último fim de semana, eu recebi inúmeras
indagações. Primeira, com relação a linha de lotação para a Restinga, segundo:
o desencanto, Ver. Lauro Hagemann, com a política de desenvolvimento industrial
do Município de Porto Alegre, porque na Restinga se observa que, mais uma vez,
se abre licitação para os lotes da área industrial na Restinga. Para vender. É
a quarta, quinta, sexta, oitava vez, perdi a contagem, e até hoje, a coisa
continua da mesma forma. Há dez anos fala-se nessa área industrial, festeja-se
essa área industrial e até hoje não nasceu nenhum emprego naquela área. Eu
quero dizer do meu desencanto por ver o projeto da 5ª Unidade da Restinga
transformado num loteamento, num profilurb,
em lotes urbanizados, onde um modesto banheiro é colocado e alardeado como uma
grande conquista do Orçamento Participativo. Eu não quero que debitem isso ao
Orçamento Participativo. A Restinga está perdendo, deixou de ter mais uma
unidade, onde existiriam oitocentas habitações populares, prevista há mais de
dez anos, para passar a ter o que tem: cem lotes com equipamento sanitário.
Isso é muito pouco para a Cidade de Porto Alegre, a população carente desta
Cidade merece mais, muito mais, Sr. Presidente. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maristela Maffei
está com a palavra em Comunicação de Líder pela Bancada do Partido dos
Trabalhadores.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, aguardei pacientemente e hoje estou na Liderança da Bancada do
Partido dos Trabalhadores, atenta a todas as intervenções. Eu gostaria de ler
uma parte de um trecho onde o Ver. João Dib fala da primavera em Porto Alegre:
“Eu diria, com tranqüilidade, que Porto Alegre é uma Cidade dos parques, das
praças e dos jardins; eu diria, com tranqüilidade, que Porto Alegre é a Cidade
das árvores”. Eu gostaria de complementar, Ver. João Dib, que Porto Alegre tem
a esperança de ser o jardim da democracia, isso é muito importante. Eu gostaria
de ler, porque eu também gosto muito de escrever e pontuar as questões que aqui
são debatidas. A Prefeitura de Porto Alegre tem procurado democratizar essas
relações com os contribuintes, proporcionando a esses a participação nas
definições, na fiscalização e encaminhamento das demandas. Além disso, tem
prestado conta de maneira regular e sistemática, permitindo a todos os
interessados o livre acesso às suas contas.
O exemplo disso, Vereadores e Vereadoras, encontra-se na página da
Internet de Porto Alegre, onde consta a execução orçamentária do Município. A
execução orçamentária nada mais é do que a arrecadação das receitas e a
realização das despesas propostas pelo Executivo, aprovado por este Legislativo
- Ver. Luiz Braz, que me ouve atentamente -, através do Orçamento anual. Logo,
durante o exercício, no caso do Município de Porto Alegre, a proposta
orçamentária é discutida por toda a população, e no ano anterior a sua
execução, através do Orçamento Participativo. Para isso, divide-se a Cidade em
16 regiões, bem como 5 plenárias temáticas, nas quais são eleitas as
prioridades. As receitas são arrecadadas ao longo do exercício, sendo aplicadas
no atendimento das necessidades públicas coletivas, através das despesas. As
despesas são empenhadas, o Município reserva o valor do Orçamento para suas
realizações, sendo pagas as que já se efetivaram, tais como: materiais
comprados e que já foram recebidos, serviços contratados já prestados e obras
contratadas, já executadas.
Em síntese, a execução orçamentária espelha a gestão municipal, ela
representa a capacitação dos recursos e a sua aplicação, cujo demonstrativo é
apresentado na forma prevista em Lei.
O Pedido de Informações do nobre Ver. Luiz Braz gerou a decisão da 7ª
Vara da Fazenda Pública. Essas informações solicitadas, sobre os contratos
firmados entre a Prefeitura e as empresas prestadoras de serviços, são
publicadas no Diário Oficial de Porto Alegre, que circula, diariamente,
inclusive na Câmara de Vereadores. A cada dois meses é publicada uma relação
com todos os contratos realizados no período, além das cópias dos contratos
encaminhados mensalmente pela Prefeitura para a Câmara de Vereadores.
Nesse sentido, bastaria, Sr. Vereador, reunir esses documentos e
analisá-los. A Prefeitura, Sr. Ver. Luiz Braz, tem o prazo até cinco de
novembro para responder sobre a determinação dada pelo Juiz.
Portanto, Senhoras e Senhores, 500 anos deste País, de desmantelamento,
de extermínio. Na Administração, estamos há onze anos. Agora, Ver. Luiz Braz,
V. Exa. se coloca como o grande opositor. Sempre estiveram no poder, nobre
Vereador. Inclusive o partido de V. Exa. dá sustentação ao Governo Federal, e
vem falar em chamar a atenção de Porto Alegre, para não se deixar enganar, como
se a população de Porto Alegre fosse cega, surda e não participasse da
democratização desta Cidade.
Gostaria, para terminar, de falar em ficção que, aliás, os
norte-americanos trabalham muito bem essa coisa de ficção. Só que os partidos
de oposição, de direita deste País colocam em prática o extermínio do futuro e
do presente deste País, através das políticas do FMI. Portanto, rezam exatamente
pela cartilha da ficção norte-americana, colocada em prática neste País com o
extermínio da nossa população. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver.
Carlos Alberto Garcia, para uma Comunicação de Líder pelo PSB.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA:
Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, como Vereador ligado à área da Educação, quero
fazer uma saudação especial para o dia de amanhã, 12 de outubro, quando
comemoraremos o Dia da Criança. Este Dia da Criança seria um dia para comemorar
os sonhos, a pureza, a inocência e o sorriso. Ao mesmo tempo, para nós,
adultos, é um dia de reflexão, um dia de reflexão e questionamentos, porque são
milhões de crianças em nosso País que passam fome, milhões de crianças que não
têm onde morar, milhões de crianças sem acesso à escola, e milhões de crianças
sem família. Então, eu pergunto: onde é que está a inocência, onde está a
pureza, onde está o sorriso? Mas essa singeleza as crianças guardam consigo.
Basta olhar no rosto de qualquer criança, mesmo aquelas que não têm um lar, não
têm um teto, elas conseguem manter um ar de pureza e um sorriso.
O Estatuto da Criança e do Adolescente, no papel, assegurou algumas
coisas, mas tenho a certeza de que estamos longe de atender àquilo que toda a vida
se diz que é o futuro de uma nação, mas quando chegam à idade adulta perdem
aquele sonho. Nós temos o direito e a obrigação de perguntar que políticas
públicas estão sendo feitas para melhorar a qualidade de vida das crianças do
nosso País.
Milhares e milhares de crianças são exploradas no trabalho infantil,
milhares e milhares de crianças são exploradas sexualmente em nosso País,
milhares e milhares de crianças não têm acesso à educação, e eu pergunto: um
País, que tem o direito e o dever de buscar e zelar pelos seus filhos, não
deveria, como prioridade número um, fazer com que todos tivessem acesso à
escola, ao lazer e ao desporto? Tenho certeza de que, se criassem políticas
públicas voltadas ao desporto, milhares e milhares de crianças não estariam na
rua cometendo pequenos delitos, não por vontade própria, mas pela simples
necessidade de sobrevivência.
Então, eu questiono e pergunto: o que temos para comemorar amanhã? O
sorriso, a pureza, os sonhos, a inocência? Nós temos que comemorar isso sim.
Temos que alentar essas crianças para que elas não percam isso. Nós, como
adultos, temos que ter essa responsabilidade, de buscar que todas elas tenham
acesso à escola. Eu volto a dizer que é inadmissível, pois um País que se diz
em busca de uma melhoria da qualidade de vida, não pode virar de costas para as
suas crianças.
Amanhã, também, como é dia da N. Sra. Aparecida eu peço: N. Sra.
Aparecida, rogai por todas as crianças do nosso Brasil, para que os nossos
governantes possam, sim, olhar de frente e fazer com que todas elas tenham
acesso à educação. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Havendo quorum, passamos à
O SR. CLÁUDIO SEBENELO
(Requerimento):
Requeiro que, conforme acordo com Lideranças, seja a seguinte a ordem dos
Projetos a serem votados: PLL nº 035/99, PLL nº 095/99, PLL nº 103/99, PLL nº
109/99, PLL nº 112/99. PLL nº 114/99, PR nº 23/99, PR nº 33/99, PLL nº 177/98,
PELO nº 002/99, PELO nº 003/99 e PR nº 041/99.
O SR. ANTÔNIO LOSADA
(Requerimento): Requeiro, fazendo um adendo ao Requerimento anterior, que seja incluído
o PLL nº 139/97 na ordem de votação.
O SR. PRESIDENTE (Nereu
D’Ávila):
Em votação o Requerimento do Ver. Cláudio Sebenelo com o adendo do Ver. Antônio
Losada. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05 minutos/com apartes;
encaminhamento: autor e
bancadas/05 minutos/sem apartes)
PROC. 1284/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
035/99, de
autoria do Ver. João Dib, que
denomina Rua Baldoino Bottini um logradouro público localizado no Loteamento
Nova Ipanema, no Bairro Aberta dos Morros. Com
Emenda nº 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Cyro Martini: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 01;
- da CUTHAB.
Relator Ver Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto e da Emenda
nº 01;
- da CECE. Relator Ver. Carlos Alberto Garcia: pela aprovação do Projeto
e da Emenda nº 01.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº
35/99, com Emenda nº 1, (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação a Emenda nº 1 ao PLL nº 35/99. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
(discussão: todos os
Vereadores/05 minutos/com apartes;
encaminhamento: autor e
bancadas/05 minutos/sem apartes)
PROC. 2079/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
095/99, de
autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Praça Arlindo Wendelino Kremer um logradouro público localizado no
Bairro Farrapos.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Antônio Losada: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. José Valdir: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº
095/99. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05 minutos/com apartes;
encaminhamento: autor e
bancadas/05 minutos/sem apartes)
PROC. 2164/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 103/99,
de autoria
do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Praça Aristides Dias Souto um logradouro público localizado no Bairro
Farrapos.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Eliseu Sabino: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº
103/99. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05 minutos/com apartes;
encaminhamento: autor e
bancadas/05 minutos/sem apartes)
PROC. 2351/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
109/99, de
autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Praça Glaucus Saraiva um logradouro público localizado no Bairro
Farrapos.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Fernando Záchia: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Lauro Hagemann:
pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Eliseu Sabino: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº
109/99. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra para encaminhar.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, a proposta do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Praça Glaucus
Saraiva um logradouro público localizado no Bairro Farrapos, e que certamente
será aprovado por unanimidade desta Casa, não pode, a meu juízo, transitar sem
que façamos uma intervenção logicamente de apoio à iniciativa, de vez que o
homenageado, Glaucus Saraiva, é, fora de qualquer dúvida, uma grande figura que
retomou o culto à tradição no Rio Grande do Sul e o fez de forma muito efetiva,
lançando base para essa renovação cultural que ocorreu no Estado e que mercê,
não só do seu trabalho, mas de tantos outros, hoje se dissemina por todo o
território brasileiro, dando uma conotação de brasilidade a esse movimento que
mexe com as raízes telúrica do nosso povo.
O Glaucus Saraiva, esta Casa já teve a oportunidade de homenageá-lo,
quando instituiu a comenda Glaucus, para anualmente destacar um vulto do
tradicionalismo gaúcho, impõe-se ao respeito de todos nós. Era um cidadão que
pela sua forma de ser, bem representava a cordialidade que caracteriza a vida
do gaúcho. É um dos homens que contribuiu para que passássemos do culto à
grossura, que muito tempo foi confundido ao culto à tradição do Rio Grande,
para termos esse movimento de profundas raízes sociais, culturais, que se
dissemina ano após ano, e que não mais irá parar, tamanha a sua força, tamanho
o seu conteúdo.
Por isso, não quis deixar de fazer esse registro na ocasião em que a
Casa vai votar esse Projeto, de iniciativa do Ver. João Carlos Nedel, brilhante
Vereador desta Casa, sensível Vereador desta Casa, que agrega a seu talentoso
trabalho mais essa marca indefectiva, a de ser sensível às coisas que dizem
respeito a tradição do Rio Grande, e que tem ingressado de corpo e alma naquele
movimento que procura fazer justiça aos companheiros que no passado, pela sua
ação, foram progressivamente fazendo esse resgate que alcança hoje essa
situação tão positiva que estamos a registrar.
V. Exa, como é de costume, Ver. João Carlos Nedel, foi extremamente
feliz ao diligenciar nesta homenagem. Fico mais feliz ainda que a homenagem a
Glauco Saraiva se dará no Bairro Farrapos, exatamente na tradicional Vila
Farrapos. É o homem certo no lugar certo, é o grande cultor da tradição
rio-grandense, da tradição gaúcha, referenciada no Bairro Farrapos, naquela
Vila que tenho tanto apreço, numa das tantas pracinhas que espero que venha a
se transformar numa verdadeira praça, não apenas em espaço demarcatório onde
deveria ser uma praça. Confiamos que, até numa homenagem ao grande Glauco
Saraiva, possamos ter a sensibilidade de colocar ali verdadeiros equipamentos
públicos, capazes de transformar a praça numa verdadeira praça, para a alegria
de todos os moradores do Bairro Farrapos e de todos aqueles que como nós
respeitamos, admiramos e veneramos o grande trabalho feito por Glauco Saraiva
em prol da tradição do Rio Grande. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLL nº 109/99.
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
(discussão: todos os
Vereadores/05 minutos/com apartes;
encaminhamento: autor e
bancadas/05 minutos/sem apartes)
PROC. 2387/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
112/99, de
autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que
denomina Rua Oswaldo Goidanich um
logradouro público localizado no Bairro Vila Nova.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Cláudio Sebenelo: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Lauro Hagemann: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Eliseu Sabino: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº
112/99. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. O Ver. Antonio Hohlfeldt
está com a palavra para encaminhar.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu faço questão de fazer o encaminhamento do Projeto em torno do
Jornalista Oswaldo Goidanich.
Registro nos Anais desta Casa esta homenagem, pois Goidanich foi
pioneiro em vários segmentos no Rio Grande do Sul, como na valorização do
turismo. Boa parte das idéias e práticas turísticas que hoje temos consagradas
no Rio Grande do Sul, por exemplo, o turismo em toda a rota romântica,
sobretudo, Canela e Gramado, o chamado Café Colonial, a idéia de ter uma
secretaria de turismo no estado, a valorização do turismo como uma alternativa
econômica, foi exatamente trazida por Oswaldo Goidanich, que durante muito
tempo dirigiu, inclusive aqui no Rio Grande do Sul, o Touring Clube do Brasil.
Por outro lado, Oswaldo Goidanich foi também o editor do suplemento
literário do Correio do Povo, chamado “Caderno de Sábado”. Idealizou junto com
Paulo Fontoura Gastal aquele suplemento literário que, a partir da metade dos
anos 70, marcou o panorama intelectual, não só do Rio Grande do Sul, quanto de
todo o Brasil com uma influência muito forte na divulgação de textos no momento
difícil da cultura brasileira.
Nesse sentido, desde logo o falecimento de Goidanich eu buscava a
oportunidade de fazer essa homenagem em nome da Cidade, mas infelizmente sempre
esbarramos na dificuldade de conseguir o documento formal, que era o atestado
de óbito, para podermos compor o processo. Recentemente, conversando com seu
sobrinho, que é o Jornalista Iron Goidanich, o Goida, que trabalha como crítico
de cinema na Zero Hora, prontamente nos conseguiu o documento e, com isso,
estamos formalizando essa homenagem a Oswaldo Goidanich. É uma homenagem mais
do que devida da Cidade de Porto Alegre ao homem que tinha sempre o entusiasmo
por todas as iniciativas culturais. Se o Correio do Povo, a Caldas Júnior, tem
uma ligação íntima com uma série de atividades desta Cidade e do Estado, o nome
do Goidanich igualmente, em nome da Caldas Júnior, sempre esteve vinculado a
isso. O Festival de Coros do Rio Grande do Sul, Feira do Livro de Porto Alegre
e uma série de outras atividades culturais que marcaram, inclusive, a partir da
inauguração da Rádio Guaíba, antes da inauguração a Galeria de Arte do Correio
do Povo, que era no segundo andar da Caldas Júnior. E depois, a inauguração da
Rádio Guaíba, a participação do Goidanich numa série de projetos culturais, de
programas culturais pela emissora da Caldas Júnior.
Aqui o registro, a nossa homenagem na aprovação do Projeto para que o
nome de Oswaldo Goidanich fique marcado na Cidade de Porto Alegre. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. João
Dib para encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, desejo fazer
um encaminhamento rápido.
A homenagem é extremamente justa; acrescento ao que foi dito pelo Ver.
Antonio Hohlfeldt, que Oswaldo Goidanich foi um dos primeiros a se preocupar,
nesta Cidade, com a sinalização indicativa para que aqueles que vinham de fora
pudessem se movimentar na Cidade. Aquelas placas em forma de seta, cinzentas,
com uma barra preta que indicavam para o turista e até para o porto-alegrense
como se locomover na Cidade. Saúde e paz.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar o PLL nº
112/99, o Ver. Reginaldo Pujol.
O SR. REGINALDO PUJOL: Peço licença a V. Exa. para
encaminhar essa votação sumariamente, aqui mesmo do microfone dos apartes.
Teríamos que sublinhar tudo o que foi dito em favor do Oswaldo
Goidanich e acrescentar pouca coisa. Além das qualificações de homem dedicado
ao turismo, de homem dedicado à cultura, o Oswaldo Goidanich foi,
indiscutivelmente, um grande ser humano, é um homem que sempre tinha uma
palavra de carinho, de conforto, de solidariedade nos mais diferentes momentos
e nas mais diferentes circunstância. Eu gostava muito dele, era realmente uma
figura da Cidade de Porto Alegre, não sei se a praça que estamos escolhendo na
Vila Nova fica a altura do tamanho, do gigantismo do ser humano que era o
Oswaldo Goidanich. De qualquer sorte, de coração e de carinho o PFL se soma ao
autor dessa homenagem, se solidariza com ele. Não é sem tempo que a Cidade de
Porto Alegre vai fazer justiça a Oswaldo Goidanich, lamentando que o turismo,
que ele tanto defendeu, no momento não esteja numa situação tão auspiciosa no
Município, como era nosso desejo e desejo que certamente, se ele fosse vivo,
continuaria a tê-lo.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Queremos nos associar a essa
homenagem.
Em votação PLL nº 112/99. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO por
unanimidade.
O SR. REGINALDO PUJOL: Peço vênia para fazer um
registro, com muito pesar, acabamos de ser informados do passamento de Alberto
Galia, ex-Presidente do Grêmio Porto-Alegrense, seu atual Vice-Presidente do
Conselho Deliberativo, que estava enfermo há mais dias, e que, na tarde de
hoje, acabou os seus dias entre nós. Trata-se de uma figura que,
indiscutivelmente, era extremamente bem quisto na Cidade de Porto Alegre e,
especialmente, da família tricolor, gozando também do respeito dos aficionados
da outra agremiação que disputa com o Grêmio as preferências da população na
Cidade. Requeiro a V. Exa. que, ouvido o Plenário, façamos um minuto de
silêncio em homenagem a esse grande gaúcho, grande porto-alegrense que foi, e
será sempre, Alberto Galia.
O SR. PRESIDENTE: Informamos ao Ver. Reginaldo
Pujol que não há necessidade de submeter essas matérias ao Plenário, já que o
Presidente pode deferir de plano e de pleno. Peço que todos se mantenham, em
pé, para a homenagem de um minuto de silêncio ao Sr. Alberto Galia.
(É feito um minuto de silêncio.)
Em votação a prorrogação desta Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05 minutos/com apartes;
encaminhamento: autor e
bancadas/05 minutos/sem apartes)
PROC. 2389/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
114/99, de
autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que denomina Rua José Abraham Diaz um
lougradouro público localizado no Bairro Vila Nova.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Antônio Losada: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. José Valdir: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLL n.º
114/99, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt. O Ver. Cláudio Sebenelo está com
a palavra para encaminhar.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, vou tomar a liberdade de encaminhar esta felicíssima idéia do Ver.
Antonio Hohlfeldt.
José Abraham Diaz foi um dos grande fotógrafos desta Cidade e
participou, ativamente, da Guerra Civil Espanhola. Tenho certeza de que não vou
cometer um imenso pecado em revelar que, um dia, como meu paciente, numa
consulta médica, eu recomendei que ele largasse o cigarro. Ele dizia que jamais
largaria o cigarro, porque, na Guerra Civil Espanhola, o cigarro tinha-lhe
salvado a vida. A sua patrulha havia tomado de assalto um local onde ele
conseguiu umas botas. Ele sofria muito com o frio e estas botas lhe agasalharam
muito bem e serviam exatamente no seu pé. Lá pelas 10 horas da noite, ele
sentiu uma vontade doida de fumar e trocou as botas roubadas por um maço de
cigarro do amigo. Minutos depois, já descalço, o seu amigo foi preso e
identificado através do par de botas. Foi fuzilado ali mesmo. Por isso, ele
dizia que o cigarro salvara a sua vida. Eu disse que era o contrário, o cigarro
estava terminando com a sua vida, porque ele já tinha um grave enfisema
pulmonar. Fumou até o fim.
Ele foi um grande fotógrafo, uma grande figura humana, e, hoje, o Ver.
Antonio Hohlfeldt passa a eternizar este nome, funcionário da Caldas Júnior e
fotógrafo de extrema oportunidade. Lembram do episódio do Zezé Moreira,
agredindo o José Abraham, em pleno Maracanã? Pois, ele, que foi da Caldas
Júnior durante tanto tempo, hoje é saudade. Hoje, se transforma em nome de rua
e, por isso, eu não poderia deixar de registrar a presença, entre nós, deste
espanhol, natural da Catalunha, que veio para cá, fez da sua profissão a sua
marca registrada e, mais do que isso, inseriu-se na nossa sociedade como um dos
nossos.
Meus parabéns ao Ver. Antonio Hohlfeldt. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLL nº 114/99.
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa) APROVADO.
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com apartes;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem apartes)
PROC. 1561/99 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 023/99, de autoria do Ver. Cyro
Martini, que dispõe sobre promoções educativas a serem desenvolvidas pela
Câmara Municipal na Semana Nacional de Trânsito e dá outras providências. Com Emenda nº 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Cláudio Sebenelo:
pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CEFOR. Relator Ver João Dib: pela
aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CUTHAB. Relator Ver. Antônio Losada:
pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CECE. Relator Ver. José Valdir: pela
aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PR nº
023/99. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. O Ver. Cyro Martini está
com a palavra para encaminhar.
O SR. REGINALDO PUJOL
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, V. Exa. poderia confirmar se a Emenda é da Comissão de
Justiça?
O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, apraz-me, sobremaneira, trazer para este Plenário esta proposta,
através da qual procuramos integrar a Câmara de Vereadores às promoções a serem
anualmente levadas a efeito com relação à Semana Nacional de Trânsito. Parece-me
que o Executivo já tem lá suas iniciativas com relação à Semana Nacional de
Trânsito, de 18 a 25 de setembro, e nós, assim, vamos também fazer com que a
Câmara participe ativamente desse evento. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Emenda, Ver. Pujol, é do
Ver. Elói Guimarães. O parágrafo 6º do art. 1º passa a ter a seguinte redação:
(Lê a Emenda nº 01 ao PR nº 023/99.)
Em votação o PR nº 023/99, de autoria do Ver. Cyro Martini. Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação a Emenda nº 01 ao PR nº 023/99. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
(discussão:
todos os Vereadores/05 minutos/com apartes;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem apartes)
PROC. 2264/99 - PROJETO DE
RESOLUÇÃO Nº 033/99, de autoria do Ver. José Valdir, que
concede o título honorífico de Líder Comunitária à Senhora Sigrid Kunz.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora Verª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PR nº 33/99,
de autoria do Ver. José Valdir. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05 minutos/sem aparte;
encaminhamento: autor e
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 3433/98 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
177/98, de
autoria do Ver. Eliseu Sabino, que altera a redação do “caput” e do parágrafo
único do art. 1º da Lei nº 7518, de 11 de outubro de 1994, que dispõe sobre a
construção de abrigos para passageiros de ônibus e dá outras providências.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Cyro Martini: pela aprovação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt:
pela aprovação do Projeto;
- da COSMAM. Relatora Verª Sônia Santos:
pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº
177/98, de autoria do Ver. Eliseu Sabino. (Pausa.)
O Ver. João Dib requer adiamento da discussão por uma Sessão.
Em votação o Requerimento de adiamento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC. 1863/99 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº
002/99, de
autoria do Ver. Luiz Braz, que
acrescenta § 2º ao art. 90 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre.
(obrigatoriedade de encaminhamento, ao Legislativo, pelo Prefeito empossado, de
documento contendo promessas de campanha)
Parecer:
- da Comissão Especial: Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do
projeto.
Observação:
- discussão geral nos termos do Art. 130 e seus §§, do Regimento da CMPA.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PELO nº
002/99. (Pausa.) Não havendo quem queira discutir, o Projeto será discutido na
próxima Discussão Geral.
(discussão: todos os
Vereadores/05 minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC. 1948/99 – PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº
003/99, de
autoria do Ver. Elói Guimarães, que
altera o art. 91 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. (Substituição do
Prefeito)
Parecer:
- da Comissão Especial: Relator Ver. Lauro
Hagemann: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- discussão geral nos termos do Art. 130,
§ 1º, do Regimento da CMPA.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão geral o PELO
nº 003/99.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, quero
registrar que somos contrários a essa proposta.
O SR. PRESIDENTE: Não é votação, Ver. Juarez
Pinheiro, é discussão.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, estou
discutindo.
O SR. PRESIDENTE: Então é um breve discurso.
Não havendo quórum, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h46min.)
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